O apelo destas vozes para que o seu amor não parta contrasta de forma absoluta com o imobilismo e a eternidade tranquila que o terraço pendurado no céu, sobre o mar da Foz, sugere. Trio de americanos refugiados em Londres os Walker Brothers fizeram sucesso em 66/67 em Londres com "Make It Easy on Yourself" e "The Sun Ain't Gonna Shine (Anymore)". Depois do single aqui apresentado (1967) foi a magnífica e torturada voz de Scott (Engel) Walker que ficou, sempre acompanhada das histórias de depressões e tentativas de suícidio de um dos grandes losers do Rock. Meia dúzis de álbuns, entre o caótico e o genial, estão aí para a meia dúzia de fanáticos seguidores que nunca o abandonaram. Eu sou um deles.
Também pertenço a essa meia dúzia que estão atentos aos discos do Scott Walker desde a altura dos W. Brothers até aos últimos cds a solo... Perante a eminente partida de alguém podemos antecipar o sentimento da sua ausência(que é sugerida pelo terraço vazio) e então surge o apelo para que não haja afinal uma partida mas antes... que fique (stay)... VT
Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus [braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
Obrigada pelas simpáticas palavras. A minha "biblioteca" não se traduz num espaço físico...É uma aliança entre uma procura adequada ao tema e o "estado de alma" do momento... Empresto com todo o gosto... Algumas que vou encontrando ficam em standby ... FC
5 comentários:
O apelo destas vozes para que o seu amor não parta contrasta de forma absoluta com o imobilismo e a eternidade tranquila que o terraço pendurado no céu, sobre o mar da Foz, sugere.
Trio de americanos refugiados em Londres os Walker Brothers fizeram sucesso em 66/67 em Londres com "Make It Easy on Yourself" e "The Sun Ain't Gonna Shine (Anymore)".
Depois do single aqui apresentado (1967) foi a magnífica e torturada voz de Scott (Engel) Walker que ficou, sempre acompanhada das histórias de depressões e tentativas de suícidio de um dos grandes losers do Rock.
Meia dúzis de álbuns, entre o caótico e o genial, estão aí para a meia dúzia de fanáticos seguidores que nunca o abandonaram. Eu sou um deles.
Também pertenço a essa meia dúzia que estão atentos aos discos do Scott Walker desde a altura dos W. Brothers até aos últimos cds a solo...
Perante a eminente partida de alguém podemos antecipar o sentimento da sua ausência(que é sugerida pelo terraço vazio) e então surge o apelo para que não haja afinal uma partida mas antes... que fique (stay)...
VT
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
FC
Carlos Drummond de Andrade, in 'O Corpo'
FC sempre com poesia oportuna. Tem de me emprestar a sua biblioteca de poesia... De facto a ausência em poesia pode ser muita coisa...
VT
Obrigada pelas simpáticas palavras.
A minha "biblioteca" não se traduz num espaço físico...É uma aliança entre uma procura adequada ao tema e o "estado de alma" do momento...
Empresto com todo o gosto...
Algumas que vou encontrando ficam em standby ...
FC
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