sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Colours

“Oh let me bath my soul in colours; let me swallow the sunset and drink the rainbow.” ― Khalil Gibran.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A passagem do Tempo

Inexorável a Natureza vai destruindo sempre os sinais da passagem do Homem - demonstrando a nossa brevidade. Resta-me apenas tornar visível, por breves instantes, o tempo do pensamento. Suspendendo momentos. Uma porta que se abre no meio da escuridão do sonho ainda desfocado. Enfim fotografar.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021


“99” 2 vezes de Prata!!

Depois de em 2020 ter sido “Livro do Mês” no Blogue da Leica Fotografie International e de ter sido premiado com o 2º lugar (categoria photobook) no Prix de la Photographie de Paris, agora em Dezembro de 2021 - O meu livro “99” foi novamente premiado com o galardão Silver - categoria não profissional - na Budapest International Photo Awards (BIFA). Subcategory Winner Book-Fine Art - Non-Professional BIFA 2021.

sábado, 14 de agosto de 2021

Feathers

“Hope is the thing with feathers
That perches in the soul
And sings the tune without the words
And never stops at all.”
(Emily Dickinson)

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Battaniye

Notas: Âmbar, madresilva, java vetiver, labdanum, musk, patchouli, cinza, tintura de solo, lã.

Battaniye significa manta em turco porque exala sensações de conforto e intimidade. Omer Pekji inspirou-se durante uma tempestade em Trabzon, na Turquia (sua terra natal), uma cidade que faz parte da Rota da Seda.

Para quem como eu gosta de âmbar esta é uma descoberta. Porque a “doçura” habitual das fragrâncias com âmbar pode tornar-se monótona ou “dejá vu”. Ou seja o que torna os âmbares atraentes também os limita. É difícil a certa altura encontrarmos um âmbar que inova. Mas este é o caso. Uma das excepções à regra. O Battaniye traz algo de novo e resolve muitos problemas inerentes aos aromas de âmbar. Uma paragem obrigatória para quem gosta do Ambre Loup da Rania J ou dos âmbares do Tauer.

Uma fragrância masculina (mas não “macho”), exótica e evocativa. Um “ambrée” seco e terroso em consequência do protagonismo do Patchouli. Boozy a lembrar whiskey e com uma vibe a café torrado e a couro um pouco “medicinal”. Dark e denso mas não "dirty". Sente-se algo semelhante a fumo de lareira e a tecidos aconchegantes. E finalmente a pó e a terra.

Uma fragrância que fica cada vez melhor à medida que o drydown avança. Viciante.

Como se tivéssemos chegado a um oásis após uma travessia de um deserto árido vestidos com um blusão de couro coçado e coberto de pó. E no meio do oásis há uma doçura que nos acolhe no meio de uma manta e faz a viagem valer a pena.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Death Of a Giant




Dia muito triste para as Caldas da Rainha. Morreu um dos seres vivos mais importantes e mais antigos da cidade. Depois de tombar, em Janeiro de 2015, um carvalho adulto eventualmente por falta de escoramento, agora foi a vez de um pinheiro manso excepcional que, julgo, não resistiu à erosão provocada pelas chuvas de Abril.

Teriam ambos cerca de 400 ano se eram os últimos exemplares dessa época juntamente com um cedro com cerca de 300 anos.

Era um pinheiro manso com porte fora do comum (mais de 30m de altura quando em geral esta espécie não ultrapassa os 20m), situado na Mata das Caldas logo acima (nascente) da captação AC2. A idade tornava-o um caso único já que habitualmente esta espécie não ultrapassa os 250 anos de vida. Teria sido portanto, durante o Sec. XVII que este bom gigante iniciou a sua vida. Um século em que as Caldas ainda era vila e tinha apenas 193 fogos e cerca de 800 habitantes (1656), em que o Infante D. Afonso e D. João IV vinham tratar-se com as águas termais, e em que o Hospital Termal era administrado por Provedores.

No início do século XXI houve que libertar este venerável pinheiro de vários arbustos “infestantes” que tinham surgido em sua volta impedindo a sua adequada iluminação e tive ocasião para então o retratar com a dignidade merecida:

Ver os links:

http://vascotrancoso.blogspot.com/2012/07/big.html

http://vascotrancoso.blogspot.com/2009/09/um-bom-gigante.html

 

Dia muito triste também para mim em particular - que só hoje deparei com o pinheiro tomabado. Sinto como se fosse um amigo muito especial que jaz despedaçado no solo da Mata. Conhecia-o há 38 anos e visitava-o frequentemente. Apresentei-o a muita gente e sobretudo, nos momentos mais difíceis desabafava abraçado ao seu tronco tranquilo. Nessas alturas a sua presença acalmava-me e as lágrimas desapareciam enquanto observava os seus braços lá no alto como tentáculos ao vento. Imaginava as suas raízes descendo por entre constelações subterrâneas e outros mistérios na profundidade da terra. Como se ouvisse os segredos do bosque das Caldas, que transportava, e novamente o eco dos sinos da Igreja do Hospital nas manhãs que entravam pelos campos adentro.