Continuo a celebrar a minha
recuperação do olfacto dedicando-me um pouco à análise e ao gosto pelos
perfumes. Mas como um pescador de pérolas (poucas) que vão aparecendo e que se
afirmam categoricamente como fragrâncias “outstanding” que se destacam da
banalidade actual de um continuum de fragrâncias medíocres.
Desta vez trata-se da
“Papillon Artisan Perfumes” fundada em 2011 por Liz Moores que, neste momento,
colhe a unanimidade dos elogios dos grandes críticos e especialistas honestos.
Pelo que li tem um perfil independente, artesanal (Liz colhe muitos dos
produtos na floresta onde vive – New Forest em Inglaterra) e no seu Site e na
sua página do Facebook (#PapillonPerfumery)
respira-se honestidade e integridade.
As 5 fragrâncias que criou nos
seus 8 anos de existência (Anubis, Tobacco Rose, Salome, Angélique e Dryad) são
muito aplaudidas e premiadas e Liz é considerada a grande revelação actual na
arte de fazer fragrâncias.
A sua empresa está ainda
representada apenas em 7 países (10 perfumarias) europeus não contando com a
Inglaterra. Não envia encomendas on-line para fora do UK. Por isso tive que
encomendar “Dryad” (uma Eau de Parfum que demorou 2 anos a ser concebida) na
Alemanha.
O Site informa:
“Narcissus. Oakmoss. Jonquil.
Cedrat. Galbanum. Benzoin. Vetiver. As vibrant emerald Galbanum weaves with the
delicate flesh of Bergamot, the nomadic wanderings of Dryad begin. Beneath jade
canopies, sweet-herbed Narcissus nestles with gilded Jonquil. Shadows of
Apricot and Cedrat morph radiant greens to a soft golden glow. Earthed within
the ochre roots of Benzoin, heady Oakmoss entwines with deep Vetiver hues.”
Depois de o experimentar na
pele fiquei “agarrado” pelo aroma suave, acolhedor e misterioso de um “chypre”
que não parece um “chypre”, com uma classe e complexidade quase indescritível
(sinal que as notas estão muito bem “entrelaçadas”). É daquelas fragrâncias em
que parece que estamos sempre a encontrar novos acordes. Confesso, por exemplo,
que também me pareceu detectar uma nota de rizoma de lírio – que não vem
descrita na informação supra. Mas um lírio muito especial. Um lírio de beijos e
não um lírio funerário. Outras vezes pareceu-me descobrir uma nuvem sensual de
musk formatado para amantes intemporais.
Se o aroma tivesse cor seria verde - como as florestas e os Dryads que são os espíritos das árvores (duendes ou ninfas). Mas há, simultaneamente, um lado profundo, super romântico, “antigo” e obscuro que fascina. Algo “retro feel made modern”. Ou um “vintage Guerlain” fabricado no séc. XXI.
Se o aroma tivesse cor seria verde - como as florestas e os Dryads que são os espíritos das árvores (duendes ou ninfas). Mas há, simultaneamente, um lado profundo, super romântico, “antigo” e obscuro que fascina. Algo “retro feel made modern”. Ou um “vintage Guerlain” fabricado no séc. XXI.
É um perfume definitivamente
masculino que parece ter sido feito para o Peter Pan. Mas com a condição de
que, ao fim de algumas horas, este se transforme num adulto com “look” à
Rodolfo Valentino - e, finalmente, tenha o romance, que todos esperam, com a
fada “Sininho” ao som do Moonlight Serenade.
Ou em alternativa podemos
imaginar Aragorn viajar no tempo e deixar a saga do “Senhor dos Anéis” para
abraçar de novo Arwen - a sua amada Princesa Élfica – em pleno séc. XXI, num
terraço “chic” sobre as luzes de Paris.
Obviamente uma fragrância
sofisticada para ocasiões muito muito especiais.
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