Love me – Yiruma
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
My dog was not a dog
O meu cão não era um cão.
Durante mais de oito anos
ensinou-me a falar sem abrir a boca. Numa linguagem de olhares e de pequenas
expressões ambos sabíamos o que o outro pensava e sentia.
O meu cão não era um cão.
O seu olhar doce e atento
foi-me mostrando que é possível amar incondicionalmente ao mesmo tempo que me
ensinava a rir e a brincar como um cão.
Mas o meu cão não era um cão.
Era como se nos entendessemos
numa frequência de onda especialmente sintonizada para nós. Assim, sabíamos que
precisávamos um do outro e fomos companheiros das cumplicidades do dia-a-dia. A
paz invadia-nos quando sabíamos que o outro estava perto e a alegria dos gestos amenizava os temporais da vida.
O meu cão não era um cão.
Confiávamos a cem por cento um
no outro porque sabíamos com quem não podíamos contar.
A pouco e pouco foi-se
instalando um processo mimético. Cada vez mais ia ficando parecido comigo e eu
com ele. Os outros foram os primeiros a reparar. Só agora vejo que tinham
razão.
O meu cão não era um cão.
Era um outro eu. Para melhor. Como
um alter-ego especialmente desprendido dos valores materiais e dotado de
sentidos e intuições especiais e de afectos sem reservas.
Por isso no processo de mútua
transferência de características fiquei a ganhar. Fiquei uma pessoa também melhor.
Coisa que, naturalmente, só um ser muito especial pode fazer. Por isso digo: o meu cão
não era um cão. Era o meu irmão gémeo que me acenava com a cauda – do outro
lado do espelho.
O meu cão não era um cão...
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
The old fountain
Esta é uma das duas fontes
colocadas, há cerca de um século, no topo nascente da área das “merendas” na
Mata Rainha D. Leonor em Caldas da Rainha e ainda ostenta alguns azulejos da
Fábrica Bordalo Pinheiro. Á sua frente existe uma zona não arborizada onde tinham
lugar jogos populares (malha, pelota, etc.) que complementavam os piqueniques
organizados desde a transição dos séculos XIX e XX até meados do século
passado. Foi tempo de “burricadas” com partida em frente do antigo Hotel
Lisbonense e que terminavam com lautos lanches ou “almoçaradas” na Mata, no
pinhal do Fiel Amigo ou na Quinta das Gaeiras – na periferia da população.
Tempo de “expedições” planeadas com muita antecedência para os espaços verdes
em redor da cidade. Tempo de toalhas aos quadradinhos, cestos com iguarias,
panelas, mangas arregaçadas, suspensórios, saladas, garrafões, resina, cardos,
urtigas, migalhas, formigas, sardinhas, melões, doces caseiros, olhares
proibidos, beijos frescos abençoados pelas sombras das árvores. Tempos que se
foram esbatendo sobretudo a partir das décadas de 1960 e 1970, com a aparição
de novos grupos sociais e protagonistas com estratégias demolidoras para as
paisagens naturais.
As duas fontes permanecem
isoladas na Mata sendo actualmente pouco frequentadas. Pontos de encontro que
ainda esperam por nós. Como em muitas outras também nestas se acreditava que
quem deitava moedas, em noites de lua cheia, nas suas águas via os seus desejos
realizados…
Three Coins In
The Fountain - Four Aces
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Romancing the clouds
Above
the sea
Two
clouds
Two lights
Two souls
Closely burning
Sustaining each other as one
As a disguise
of our two hearts
My Romance - Mel
Tormé
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Hidden city
Acrílico sobre tela (1mX1m) - 2006
.
Prayer - Vassilis Tsabropoulos
O que torna Árgia diferente das outras cidades é que em vez de ar tem terra. As ruas estão completamente cobertas de terra, as salas cheias de argila até ao tecto, sobre as escadas assenta outra escada em negativo, por cima dos telhados das casas pairam camadas de terreno rochoso como céu com nuvens. Se os habitantes poderão andar pela cidade alargando os cunículos dos vermes e as fendas em que se insinuam as raízes, não o sabemos: a humidade quebra os corpos e deixa-lhes poucas forças; convém que fiquem quietos e deitados, de tão escura que é. De Árgia, cá de cima, não se vê nada; há quem diga: “É lá em baixo” e só nos resta acreditar; os lugares são desertos. De noite, encostando o ouvido ao chão, às vezes ouve-se bater uma porta. (Italo Calvino in “As cidades Invsíveis”)
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Red waters
During a twilight at Óbidos lagoon
The
lagoon forgot the cry of seagulls
Another
day prepares to cold and silence
The
twilight wind caressing my face
I´m
here, there, elsewhere
In a new
beginning
And the
waters are burning
Burning,
burning...
Eternamente (Mascheroni) - Claudia Muzio
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Fishing at twilight time
Two different moments of same twilight - Óbidos lagoon. In the beginning (above)
there are more "rosy" hues. At the end (bottom) colours are more bluish/violet.
The violet
hour
Brought
people home
Except a
few ones
Lost and
staying
Staying on the edge of light
Staying on the edge of light
Light
The
visible reminder
Of Invisible
light
Then deeply
inside we can hear a music that can´t be heard
We
are the music while music lasts
On an Ocean- Lisa Gerrard
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