quinta-feira, 30 de abril de 2009

Le Jardin

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Le Jardin
(Jacques Prévert)

Des milliers et des milliers d´années
Ne sauraient suffire
Pour dire
Le petit seconde d´éternité
Où tu m´as embrassée
Où je t´ai embrassée
Un matin dans la lumière de l´hiver
Au parc Montsouris à Paris
A Paris
Sur la terre
L a terre qui est un astre
.
Jardin d´hiver – Henri Salvador

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Wings


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Once… I did not tell you… But I should. I should have told you I was surprised by this Love I have never imagined before. A desire so strong and profound that makes me feel afraid of myself. How it was possible to feel the Infinite with your lips next to mine. Your eyes inside my eyes. Your tears with my tears. How it was possible such intimacy. You were dreaming my dream. Softly I surround you with my wings. And we danced. There was not me. There was not you. There was only US. How it was possible to have such intensity and such sweetness. We were the music. And slowly… in the dark… we danced again…. and again…. Tenderly…
Once I should have told you.
VT
I love you - Sarah McLachlan

terça-feira, 28 de abril de 2009

Berlengas


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Dans mon ile - Henri Salvador

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Les Oranges



ALICANTE
 (Jacques Prévert) Un

Orange sur la table
Ta robe sur le tapis
Et toi dans mont lit
Doux présent du présent
Fraicheur de la nuit
Chaleur de ma vie

domingo, 26 de abril de 2009

Os Cogumelos

Coprinus atramentarius - Mata das Caldas da Rainha
.
Como se sabe os cogumelos são saprófitas
Isto é, alimentam-se do lixo da Natureza
Porém as cidades têm crescido em vez dos cogumelos
Obviamente tem aumentado o lixo pela Terra
VT

Pormenores

Uma das primeiras vezes que te vi foi na aldeia onde, no início da minha adolescência, passava férias com os meus avós. Eras então uma ciganita com semblante sério e olhos acesos – que viam por dentro dos meus... Lembro-me que a caravana, família e amigos com quem viajavas, acamparam junto da árvore grande – ao pé da antiga casa do padre. Para nos encontrarmos, eu escondia-me por entre as ruínas abandonadas que as silvas iam escondendo. Depois fugíamos para os pinhais vizinhos. Em silêncio contemplávamos e descobríamos o mais importante: pormenores. Entendemo-nos de imediato na cumplicidade com que observávamos as folhas, os pequenos mal-me-queres ou a estratégia dos corredores de formigas... sentíamos o prazer de ficarmos quietos e deitados lado a lado de barrigas coladas ao tapete de caruma e de braços abertos e de mãos dadas como se pretendessemos, ao mesmo tempo, integrar a terra que tentávamos abraçar. Lembro-me do odor da seiva fresca dos pinheiros e da tua pele morena e doce. Lembro-me da perturbação e embaraço em mim ao tocar em ti, sem saber o que dizer ou o que fazer...
VT
When I fall in love – Nat King Cole

sábado, 25 de abril de 2009

Equipa médica do S. Urgência do Hospital de S. José no dia 25 de Abril de 1974


Na manhã, do dia 25 de Abril de 1974, levantei-me muito cedo pois estava escalado para fazer urgência no H. de S. José. Tinha dormido profundamente e não ouvira qualquer notícia sobre os acontecimentos despoletados durante a noite. Morava com os meus pais em Campolide e como de costume dirigi-me para o Hospital, no meu Triumph GT6 de cor verde-escuro, pela Av. Castilho junto ao Parque Eduardo VII. Confesso que pelo caminho, perante as ruas desertas, se foi instalando uma sensação de, momentaneamente, estar a fazer parte de um filme de ficção em que as pessoas desaparecem quase todas, ficando apenas algumas à superfície da Terra. Esta sensação desapareceria totalmente quando perto do Rádio Clube Português deparei com uma "barragem" de blindados e de militares - que me deram "ordem" para parar e voltar para casa. Ao mesmo tempo que eu explicava que estava escalado para a Urgência do H. S. José, ia-me inteirando do que se estava a passar. Quando me apercebi do que se tratava, exultei incitando os militares a continuarem a sua acção - manifestando claramente o meu contentamento. Acabei por ser escoltado até S. José, para poder passar, sem demoras, por outras eventuais "barreiras" militares, e entrei com um Jipe à frente pelo túnel do velho edifício hospitalar. A equipa médica de serviço (na foto estou de cócoras) era a do Dr. Jorge Girão, cirurgião de grande craveira técnica, humana e cultural. O ambiente era de euforia e, simultaneamente, de preocupação pelo eventual aparecimento de grande número de feridos. Felizmente só se verificou a entrada de uma única pessoa ferida, sem gravidade, em consequência dos acontecimentos. Tratava-se de uma senhora que tentava regressar a casa atravessando o Tejo de barco para a margem sul e que fora atingida, acidentalmente, perto da Praça do Comércio - com um estilhaço de bala perdida junto à coluna. Como eu estava responsável pelo S. de Observações de mulheres e crianças (uma sala escura num dos extremos do serviço, apenas com cerca de 20 m2 e que servia a maior parte da zona da grande Lisboa e o sul inteiro do país) a Doente ficou sob os meus cuidados, acabando depois por ser transferida para o S. de Ortopedia. Mas o ambiente geral que se viveu é inesquecível. Todos (ou quase) sorriam abertamente com um sentimento - de grande Fraternidade - contagioso. Confraternizava-se com os próprios Doentes... oferecíamos coisas uns aos outros... e sentíamos como se estivesse-mos perante o início de um novo país. Lembrar Abril é, pois, também lembrar que existe, em nós, essa potencialidade. E que essa Fraternidade pode sempre, em qualquer altura, repetir-se.
A foto foi colhida num pátio interior do H. S. José em frente da cantina (acanhadíssima) onde tomávamos as refeições (porta ao fundo).
VT

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Perspectiva

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Saborear a luz... e o eco do mar nas palavras do vento sobre a praia deserta