quinta-feira, 30 de julho de 2015

Mestre Herculano Elias

Mestre Herculano Elias (n. a 8 de Julho de 1932) é uma figura maior nas Artes Caldenses. Miniaturista de excepção faz jus a toda uma herança familiar. É herdeiro de uma longa dinastia de célebres ceramistas tais como Francisco Elias (que trabalhou e ensinou na antiga fábrica de Rafael Bordalo Pinheiro) e Eduardo Mafra Elias. Encontrei-o na rua, com a sua característica expressão de afabilidade, e este retrato é uma pequena homenagem de quem admira a grande Arte dos Mafras e dos Elias que lhe corre no sangue e que as suas mãos têm cumprido. 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Retrato de rua

No palco da rua a cigana triste previa sinas alegres enquanto o cartaz no vidro do fundo, em contraponto, anunciava uma solução fácil para aqueles que afinal não tem solução.
Lembro-me, por momentos, dos gregos que moram na Grécia e dos gregos que somos nós em Portugal e noutros países em dificuldades. Todos nós somos ciganos e ciganas a tentar ler a nossa própria sina – cada vez mais imprevisível.
A solução num mundo aparentemente sem soluções. Porque há uma aparente epidemia de cegueira para as verdadeiras soluções.
Ao longe, num plano mais afastado, a cidade indiferente reflecte-se ma montra.
A máquina dispara perante o olhar da súplica e do desespero. 

Prova a Felicidade


terça-feira, 21 de julho de 2015

Sailor Marc

Sailor Marc é um nome de referência no mundo dos tatuadores. Aqui fica retratado no estúdio do seu  Glorybound Tattoo Parlor - em Caldas da Rainha.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O Caminho do Vento

Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people
Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?
All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?
(Eleanor Rigby - The Beatles)

domingo, 12 de julho de 2015

O instante

Uma estação de comboios num dia de chumbo. As locomotivas parecem extraordinários seres opacos esperando que algo misterioso aconteça. Desperto para a claridade inesperada de uma mulher correndo em grande aflição ao lado de uma das carruagens. Ela e eu sem o tempo a favor. A máquina fotográfica dispara tentando agarrar aquele fragmento de segundo - irrepetivel. Para onde corre a mulher? Por quem? Para quê? Para dizer um último adeus a alguém perdido nas sombras do interior da carruagem? Para se atirar para a frente do comboio? Para apanhar um outro comboio? Que viagem começa? Para a mulher. Para mim. Para si que me lê. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

terça-feira, 7 de julho de 2015

Pela rua

Nas possibilidades infinitas do fluxo do dia-a-dia nas ruas as imagens vão contando uma viagem do olhar. Onde se descobre que fotografar pode ser uma maneira de pensar e questionar. 
Uma das coisas que me fascina na Fotografia de rua é a de fixarmos a convergência / simultaneidade, no espaço de breves fragmentos de segundo, de diferentes elementos interagindo para sempre dentro do enquadramento.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Revistas e Jornais


Num momento em que 50% (a ONU prevê 70% para 2050) da população mundial vive em cidades – as fotografias de rua são pequenos detalhes que, no seu somatório, podem documentar uma vertente importante da humanidade. Mormente para análise futura. Quanto maior for a capacidade (de cada imagem) de ler nas entrelinhas sociais melhor o contributo para traçar um retrato de época.
Não resisto ao impulso de convosco partilhar alguma reflexão acerca desta foto e ou porque a fiz.
1– Há um motivo de recenseamento de um elemento (a "banca" de jornais e revistas) habitual nas paisagens das ruas e há um motivo de estética fotográfica associado a um enquadramento que tira partido da repetição de formas associado a um enquadramento em que a senhora que vende as revistas e os jornais ao assomar a uma pequena janela no meio da aparente confusão de primeiras páginas – parece mais uma capa de revista. 
2 – Há a possibilidade de fazer uma análise mais profunda (por isso o P&B sem as cores a distrair) sobre o que é que os Portugueses gostam de ler e ou o que lhes querem impingirem para lerem. 
E isso tem obviamente a ver com a mentalidade e o modo de ser de grande parte deste povo lusitano.
Repare-se agora nos títulos (seleccionei 90%) ampliando a imagem: Caçado em espionagem, Horóscopo, O IRS vai provocar uma guerra civil, Sobremesas, Aqueça a relação, Razão ou Paixão, As contratações do futebol, Confissões de uma suspeita de assassínio, Receitas de sucesso, Amuletos poderosos, Receitas de Bacalhau, Receitas para emagrecer, Remédios caseiros, Santos do Povo, Manual de Simpatias, Charadas, Zodíaco da Sorte, Ganhe dinheiro, Orações...
O que acham sobre este fantástico panorama de leituras? É que a foto também “fala” disto…

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O estranho caso da rapariga da bicicleta encarnada

As sombras e os reflexos são uma prova que não devemos levar “à ponta da espada” as denominadas regras fotográficas. De facto ao princípio todos ouvimos recomendações sobre a necessidade de evitar que a nossa própria sombra (ou reflexo) apareça no enquadramento.
No entanto a experiência ensina-nos que as sombras e os reflexos do próprio fotógrafo podem ser um elemento valioso na composição. Lee Friedlander foi prolífico nesta matéria tendo publicado um livro (Self Portraits) tirando partido da interacção da sua sombra e ou reflexo com os outros elementos das imagens.
Nesta imagem a minha sombra acaba por ter a vantagem de introduzir uma nota importante de mistério na imagem. Podemos perguntar-nos qual o relacionamento da sombra com a rapariga. Sombra boa ou sombra má? Por quem espera a rapariga e qual o papel do dono da sombra nessa narrativa? Etc.

A fotografia de rua “a cores” tem progressivamente aumentado pelo mundo - consolidando a noção que é uma opção tão válida quanto o P&B. Hoje cerca de 50% dos fotógrafos de rua mais conceituados fazem “Fotografia de Rua” explorando os contrastes cromáticos, seguindo os passos de grandes Mestres nessa Arte como: Martin Parr, Alex Webb, Steve McCurry, William Eggleston, Bruce Davidson, Bill Cunninghan, Joel Meyerowitz e tantos outros. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Smile

Susan Kismaric Curadora do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque escreveu a propósito dos retratos de rua de Bruce Gilden: No mundo de Gilden ninguém fica à margem do centro do palco da rua. Todos são actores e estrelas. 
Se ainda não conhece a obra extraordinária de Bruce - um dos mais cotados "Street Photographers" do planeta - ainda vai a tempo.