sexta-feira, 24 de julho de 2015

Retrato de rua

No palco da rua a cigana triste previa sinas alegres enquanto o cartaz no vidro do fundo, em contraponto, anunciava uma solução fácil para aqueles que afinal não tem solução.
Lembro-me, por momentos, dos gregos que moram na Grécia e dos gregos que somos nós em Portugal e noutros países em dificuldades. Todos nós somos ciganos e ciganas a tentar ler a nossa própria sina – cada vez mais imprevisível.
A solução num mundo aparentemente sem soluções. Porque há uma aparente epidemia de cegueira para as verdadeiras soluções.
Ao longe, num plano mais afastado, a cidade indiferente reflecte-se ma montra.
A máquina dispara perante o olhar da súplica e do desespero. 

Sem comentários: