A million dreams ago - Glenn Miller
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Muralha
Ao longo da
muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis, que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens, palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis à boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além do azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis, que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens, palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis à boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além do azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.
(Mário Cesariny)
King Neptune - Tiger Lillies
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Foggy lagoon
Why I always find you in the last line of a sepia poem about a story book with tales from Lagoon...
Misty - Tsuyoshi Yamamoto
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
After the storm IV
Pure spirits of the Forest - James Horner
Face ao rescaldo sobre as 720 árvores (375 na Mata, 90 no Parque e 255 no Pinhal de S. Isidoro) que tombaram com o temporal de Janeiro passado e considerando a decisão do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de as vender há, no meu entender, uma opção muito clara e fundamental - no Presente: Investir na reflorestação adequada.
Com exemplares autóctones de preferência com algum porte e preparados em viveiro para transplantação no caso de espécies de crescimento lento ou, no caso de espécies de crescimento rápido: proceder à plantação de exemplares jovens com pelo menos 3 a 4 metros de altura, na continuidade do que foi feito entre 1999 e 2009. Das cerca de mil árvores jovens que foram então plantadas (para assegurar o futuro da Mata), muitas ficaram incólumes após o vento muito forte mas outras também foram arrastadas pela queda de outras árvores maiores. Seria adequado que a verba que fosse apurada com a venda da madeira fosse totalmente aplicada (reinvestida pois) na reflorestação da Mata dando oportunidade de corrigir ainda melhor o equilíbrio entre as diversas espécies autóctones. Ou seja, será adequado que o Hospital (CHO) não aplique a verba que receber, pelas árvores caídas, noutra área hospitalar mas na recuperação da Mata, Parque (sobretudo neste 2 espaços) e Pinhal de S. Isidoro. Dado o crescimento lento dos espécimes - quanto mais cedo forem plantados mais depressa se devolve a personalidade própria àqueles espaços. Em consequência é urgente as Entidades responsáveis decidirem sobre uma reflorestação correcta que garanta futuro para estes espaços verdes que são fundamentais para a estratégia do Concelho.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Foggy road
O Silêncio
Pego num pedaço de silêncio. Parto-o ao meio,
e vejo saírem de dentro dele as palavras que
ficaram por dizer. Umas, meto-as num frasco
com o álcool da memória, para que se
transformem num licor de remorso; outras,
guardo-as na cabeça para as dizer, um dia,
a quem me perguntar o que significam.
Mas o silêncio de onde as palavras saíram
volta a espalhar-se sobre elas. Bebo o licor
do remorso; e tiro da cabeça as outras palavras
que lá ficaram, até o ruído desaparecer, e só
o silêncio ficar, inteiro, sem nada por dentro.
Pego num pedaço de silêncio. Parto-o ao meio,
e vejo saírem de dentro dele as palavras que
ficaram por dizer. Umas, meto-as num frasco
com o álcool da memória, para que se
transformem num licor de remorso; outras,
guardo-as na cabeça para as dizer, um dia,
a quem me perguntar o que significam.
Mas o silêncio de onde as palavras saíram
volta a espalhar-se sobre elas. Bebo o licor
do remorso; e tiro da cabeça as outras palavras
que lá ficaram, até o ruído desaparecer, e só
o silêncio ficar, inteiro, sem nada por dentro.
(Nuno Júdice)
A night so still - Tindersticks
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Sobre o aparecimento das primeiras "Boites" (década de 1960) - no eixo Lisboa / Cascais
Reach out I ´ll be there - Four Tops
AS PRIMEIRAS "BOITES" NO EIXO LISBOA / CASCAIS
(DÉCADA DE 1960)
(DÉCADA DE 1960)
A década de 1960 foi muito
importante, para o País, porque se foi “aprendendo” com múltiplas situações
sociais que aconteceram e foram fermento para mais tarde na década seguinte
surgir o 25 de Abril. A música foi uma das inúmeras peças do “puzzle” social da
altura.
No início dos “sixties” os
adolescentes agrupavam-se em pequenos “clãs” que frequentavam as festas nas
garagens ou em casa de amigos (as) ou nas Casas de Recreio (Algarve, Alentejo, etc.),
Clubes (Campolide, Campo de Ourique), Sociedade de Belas Artes, etc. Tudo
combinado previamente durante a tarde nos cafés adoptados pela malta nova de
casacos de cabedal e camisolas vermelho vivo. Convergíamos para o Londres, o
Las Vegas, o Monte Carlo, Café Gelo, Vá-Vá, a Tentadora, a Versailles, o
“Bowling” (depois cinema Londres), etc., onde entre jogos de Bowling e uns cafés se
aprazava a noite. Ao mesmo tempo assistíamos aos mais velhos partirem para a
“guerra de África” ou revoltarem-se na Universidade, e líamos jornais onde se
utilizava uma linguagem quase codificada com subentendidos ou de “mensagens”
nas entrelinhas - por causa da Censura do regime de então.
“A Lareira” foi a primeira "boite" que conheci em Lisboa. Situada na Praça das Águas Livres, entre
Campolide e Campo de Ourique, apresentava-se como uma casa de chá onde se
permitia dançar à hora do “lanche”, em 1964, ao som dos discos da época. Muitas
das meninas ainda vinham acompanhadas pelas mamãs e o Eusébio era uma presença
habitual.
Entretanto, ao mesmo tempo, na
linha de Cascais começava a dançar-se em espaços já formatados como
“boites”. Em vez das festas nas garagens os grupos de jovens visitam várias
“capelinhas” numa mesma noite passando também pelo “Caixote” - junto ao Cinema
- forrado com papéis de jornal e onde podíamos assistir à atracção de ver 2
francesas dentro de uma jaula a dançar freneticamente. Depressa se adaptam como
"boites" outros espaços que já existiam como a “Ronda” no Monte Estoril (onde
actuava desde 1962 o Thilo´s Combo e, mais tarde, o Quinteto Académico) e a “Choupana”
na “Marginal” - frequentadas ambas essencialmente por casais já adultos. Os
jovens depressa aí se misturam com outras gerações mais velhas penteados com a
“banana” à Simone de Oliveira ou risca à Henrique Mendes. Mas o Palm Beach era
a preferida pela Juventude e onde se podia conviver com jovens
inglesas e francesas ao mesmo tempo que se desfrutava de um eventual romance
“com vista para o mar”. Ao mesmo tempo que arde o Teatro D. Maria II e cai a
cobertura da Estação do Cais do Sodré, têm lugar no Teatro Monumental,
concursos de Rock, Twist e, mais tarde de Yé-Yé ou de mini-saias (em 1967) -
fornecidas pela casa Porfírios na baixa alfacinha. Bem perto desta casa de espectáculos havia também o Porão da Nau. Noutro registo: convívio durante a ceia com muitos dos (as) nossos (as) artistas em cena pelos teatros da capital.
Mas, em 1965, ao mesmo tempo
que se começam a erguer urbanizações em redor de Lisboa (Reboleira, etc.), os Centos Comerciais (o "Sol a Sol" na Av. da Liberdade foi o 1º. Os jovens passavam por lá a comprar "posters" psicadélicos e o novo aroma: Aqua di Selva.) e os
Supermercados (o Modelo no Saldanha foi o 1º) iniciam a sua ascensão nos hábitos dos Portugueses, dá-se uma sucessão
de inaugurações de novas "boites" - aumentando o leque de oferta e condicionando
definitivamente os novos hábitos dos jovens. Em Fevereiro abre o célebre
Caruncho (no Lumiar). Por aqui passam os Sheiks, o Quinteto Académico, os
Claves e o consagrado cantor francês Nino Ferrer. Está na moda uma nova água-de-colónia
masculina - quase todos cheirávamos a “Tabac” - e eram muito populares músicas como
o “Winchester Cathedral” dos John Smith and The New Sound, o “Green green grass
of home” do Tom Jones e o “Reach out I´ll be there” dos Four Tops.
Surge ainda o Calhambeque na
Avenida de Roma e, finalmente, ainda em 1965, é inaugurado o mítico “Van Gogo”,
onde se dança o “Guantanamera” e o som do Barry White. Mais “selecto” (decorado
por Pedro Leitão) proporciona a muitos terem garrafa de whisky (sem ser de
Sacavém) que lhes assegura o acesso. Só entra quem é conhecido ou faz parte do
círculo do dono, o Manecas Mocelek, uma figura marcante no mundo das "boites" da década de 1960. Fica para a história o impedimento da entrada a Gina
Lollobrigída vinda da festa milionária dos Patino - porque não pertencia à
elite habitual.
Guantanamera - The Sandpipers
Em 1966, ao mesmo tempo que eram
celebrados os “magriços” da selecção nacional - que ficou em 3º lugar no
Mundial de Futebol, já os Beatles e os Stones reinavam há muito nas pistas de
dança, surge (Agosto) uma das “mecas” da juventude noctívaga e dançante: o “Pop
Clube” criado por Fenando Jorge Correia (mais tarde “Primorosa de Alvalade” - a partir de 1974) junto à Av. Estados Unidos da
América e, em 1967, abre (em Maio), em plena “era psicadélica”, o sofisticado “Relógio”,
na Lapa (às Janelas Verdes) decorada pelo dono (o artista plástico Francisco
Relógio) - e que mais tarde (1970) seria transformada nos “Stones” (também de Manecas
Mocelek). Usava-se a colónia “Sir” e dançava-se “San Francisco” de Scott Mckenzie.
Em 1968, no mesmo ano em que
Salazar cai da cadeira, Manecas Mocelek, toma conta do Ad Lib - no 7º andar de
um prédio da Rua Barata Salgueiro, decorado por Pedro Leitão (em estilo
oriental) e onde eventuais “ meninos e meninas bem” impregnados de “Eau
Sauvage” da Dior chegavam de elevador para se aconchegarem no vermelho do
ambiente e nas cadeiras em círculo forradas a pele. É uma das "boites" obrigatórias” da noite. Apesar do som de Isaac Hayes começava a surgir outra
tendência musical que faria vingar, na década seguinte, o “Disco- Sound” e que
seria acentuada pelo supracitado “Stones” (com whisky a 50 escudos), depois de, em 1969, o 1º
homem ter pisado a Lua e o País sobreviver a um violento sismo. Manecas Mocelek viria ainda a criar, na década de 1980, o "Bananas"em Alcântara.
É claro que terminada a
“festa” e depois de passarmos por diversas “boîtes” acabava-se a noite a comer
as célebres bolas de Berlim na padaria das traseiras do Van Gogo, no Cacau da
Ribeira ou a cear pelo Cantinho dos Artistas no Parque Mayer - depois de dar um
pulo á Galeria 48 na Avenida da Liberdade para ouvir a Maysa Matarazzo, ou de ter
mergulhado no “bas-fond” do cabaré Ritz Club, da rua da Glória, onde se assistia
ao strip de madonas “Fellinianas”, antes de irmos ver o nascer o dia no
miradouro do Jardim de S. Pedro de Alcântara.
E as manhãs eram sempre
radiosas…
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
About Wings
A song in the last light
Before the sleep
Wings of desire
Watching the wind
Tasting the sky
Because you look like rain
Before the sleep
Wings of desire
Watching the wind
Tasting the sky
Because you look like rain
To sleep on Angel´s wings - Kevin Kern
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