sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Chanson d'Automne

Les feuilles mortes - Yves Montand
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Dans le milieu d´une nuit de mon Automne je me suis réveillé pour rêver dans un temps où je n´ais pas vécu. Comme si je voulais vivre, encore une fois, à un Paris lointain, et rester un enfant dans le jardin de tes bras en écoutant la caresse de tes lévres qui racontent des histoires douces à mon oreille. Oui. Encore une fois le parfum des linges de ton lit dans un appartement oú Baudelaire et les poétes maudits était assis à la fenêtre sur la Seine. La Seine qui nous berçait dans une chanson de Trenet avec les paroles de Prévert dans l´écume des jours, allumés par des images de Josephine Baker et des dessins inconnus de Picasso sur l´amour éternel de Mistinguett et Maurice Chevalier. Aprés une promenade dans un jardin peint par Monet oú il y avait des feuilles que semblait des étoiles oú peut-être des oiseaux avec des couleurs de l´Automne qui éclatait avec la lumiére de l'après-midi… encore une fois le ciel de l´Opera sur mon coeur qui bat dans ton coeur (comme si nous avons seulement un couer à nous deux) sous le satin de ta peau. Oui mon amour. Encore une fois à Paris avec mes yeux dedans la porte ouverte de tes yeux (et ils sont beaux tes yeux) dans un petit café à S. Germain eternisé dans une peinture de Renoir. Encore une fois danser une chanson de Yves Montand dans la pénombre de ta chambre et voler dans un ciel outremer comme des amants de Chagall. Comme ça. Encore une fois. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A Aberta X

Historia de um Amor - Eddie Higgins
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Depois do "susto" de 2010 (ver posts alusivos na etiqueta: "Aberta") vivemos novamente um momento de grande preocupação com a Aberta da Lagoa de Óbidos. Deslocou-se para sul quase banhando o Gronho (com inerente perigo de alguma derrocada) apenas cerca de 1,5 anos após se terem investido 1,5 milhões em dragagens. Na imagem mostra-se o aspecto durante a maré-cheia pois na maré vazia praticamente não há comunicação entre o mar e a Lagoa. Mais uma vez o mar, cada vez mais imprevisível, assoreou significativamente a entrada da Lagoa. Quase parece que a Natureza prepara o encerramento a sul (assoreando) para abrir a comunicação a Norte como aconteceu em Janeiro  de 2010. Oxalá que tal não venha a acontecer. Aguarda-se (mais uma vez) uma intervenção urgente das diversas Entidades responsáveis dado que durante esta semana poderá ocorrer o encerramento total da Aberta.. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quiet conversation

Fotografia colhida na margem Este, entre o Penedo Furado e a Escola de Vela, com perspectiva para o lado do mar.

A quiet conversation - Bliss

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Margem vermelha

All alright - Sigur Ros
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A exposição agora inaugurada e o lançamento do livro com fotografias sobre a Lagoa de Óbidos são também um contributo para que surjam outros olhares - não só sobre a fauna e ou sobre a flora da Lagoa mas também sobre as ameaças que pendem sobre a salvaguarda de um dos Patrimónios naturais mais importantes que o País possui com influência significativa sob os pontos de vista social e económico e com enfoque para o sector do Turismo. Quanto mais olhares venham a surgir mais atenção merecerá Lagoa. Mormente das Entidades responsáveis. Não basta apenas uma cartilha de intenções. É imprescindível que os 2 Municípios em cujos "braços" repousa a Lagoa se articulem de facto entre eles (porque não um Gabinete comum dedicado à Lagoa?) e envidem de facto todos os esforços numa estratégia/plano comum pressionando e sensibilizando adequadamente o Poder Central para importância de se concretizarem e implementarem, finalmente, todas as medidas e acções necessárias para recuperação e manutenção da Lagoa de Óbidos. Não só lutando pela manutenção da Aberta (que vem pelo menos desde o Século XV e agora reacendida) mas também evitar o assoreamento dragando outros pontos (urgente no Braço da Barrosa antes que este deixe de existir e se transforme apenas numa zona pantanosa), remover e proibir veementemente o lixo ou descargas inapropriadas, preservar o coberto vegetal que rodeia a Lagoa e regularizar a recolha e tratamento de resíduos sólidos que tem constituídos um dos problemas mais graves. A construção de barragens ao longo dos afluentes e o excesso de poluição transportada para a Lagoa que tem-se vindo a verificar nos últimos anos conduz a uma diminuição dos caudais de água doce, face aos de água salgada, com a consequente diminuição ou desaparecimento de certas espécies. São ainda factores de perturbação relevantes a poluição provocada por esgotos industriais e domésticos e pelos pesticidas trazidos pelas enxurradas através de toda a bacia hidrográfica, a forte pressão de construções habitacionais desordenadas e sem estudos de impacte ambiental, as mobilizações profundas do solo para florestação de grandes áreas, a caça ilegal e abate de espécies protegidas por lei. Urge encontrar uma forma de gestão sustentável que evite a sua degradação e recupere o ecossistema natural.
É imprescindível que os nossos descendentes continuem a contemplar a beleza de uma Lagoa que nos reflecte e ao mesmo tempo se reflecte em nós e que continuemos a sonhar nas suas águas. Que as fotografias que agora falam sobre a o encantamento e a poesia intrínseca da Lagoa de Óbidos não venham a ser no Futuro apenas uma recordação de como era no Passado.