sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Apontamentos sobre uma década do Termalismo Caldense I

Pavilhões do Parque D. Carlos I  - integrados na Estância Termal das C. da Rainha

Dreams are more precious - Enya

Após ter Iniciado funções, em 1999, como Presidente de novo Conselho de Administração do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha (CHCR) - que era constituído pelo H. Distrital e por todo o Património da Estância Termal das C. Rainha -, e tendo-me reformado, em 2009, cerca de 10 anos depois, aqui vão (em vários “posts”) algumas recordações (obviamente “telegráficas”) dessa década em que o Termalismo nas C. Rainha atravessou uma fase importante da sua história.
Quando comecei aquelas funções, o H. Termal encontrava-se encerrado, desde Janeiro de 1997, com as redes de adução (entre o furo AC2 e o H. Termal) e de distribuição (no interior do balneário) contaminadas com Pseudomona Aeruginosa (bactéria difícil de erradicar) – e que tinha resistido às diversas tentativas anteriores de exterminação – inclusive com recurso a empresas contratadas para o efeito.
Apesar de muitos considerarem na altura a situação irresolúvel, já que o problema durava há mais de 2 anos, assumi a tentativa de a resolver, tendo sido coadjuvado por alguns responsáveis do H. Termal e, após determinação superior, com a Direcção Geral de Equipamentos em Saúde e uma empresa especializada, com quem fui reunindo frequentemente.
Após aquela data, com o apoio do Ministério da Saúde (Dr.ª Mª de Belém Roseira) e em cerca de um ano, foram (após uma primeira fase diagnóstica) colocadas 2 novas redes de adução em Polietileno de Alta densidade integradas em caleira de betão armado e novos colectores de água.
Entretanto a grande novidade foi a sugestão dada por nós (CHCR) durante aquelas reuniões, para se colocar uma nova rede de distribuição em aço Inox 316L, no primeiro andar do H. Termal, permitindo uma desinfecção com vapor de água a cerca de 120 graus - ao contrário da canalização em plástico que se deterioraria com aquela temperatura. Ou seja as bactérias (mesmo protegidas por filmes biológicos) morreriam “cozidas”. Pela 1ª vez surgia uma metodologia, de desinfecção diária, com eficácia a 100%.
Em consequência, desde Agosto de 2000, a água mineral natural das Caldas da Rainha passou a circular novamente sem aquela bactéria, no 1º andar do sector de balneoterapia, após cerca de 3 anos de encerramento, beneficiando os termalistas e renovando a esperança no Termalismo Caldense.
Depois foi iniciado – mas não terminado – um ciclo de acções para a reabilitação da actividade termal – que irei procurar descrever sucintamente em próximos “posts”.

2 comentários:

Anónimo disse...

As bactérias, dão normalmente problemas graves mas são resoluveis na maioria dos casos, o mesmo já não poderemos dizer dos "PARASITAS" que como o proprio nome indica, param, produzindo unica e simplesmente uma "queda" resultado de todo um sistema que se "rompe"/"consome" em si mesmo....!!!

Para além da qualidade imponente da fotografia destes edificios, está presente parte de uma Historia sobre o Termalismo das Caldas da Rainha e todo um trabalho desenvolvido com o objectivo de re-animar essa importante actividade....., pena é que tudo e todos, pareça PARADO, aguardando a queda (literalmente falando) destes empreendimentos Historicos, de uma Riqueza e Valor incalculaveis.....

Esta é a atitude generalizada de um povo de brandos costumes que tem como caracteristica (quase endogena), uma passividade, que poderá resultar em "auto-destruição"....!!!
Abraço
AC

VT disse...

Agradeço a AC a sua solidariedade e a reflexão. Tem toda a razão quando fala da passividade como uma das características essenciais do Zé Povinho, amplamente caricaturada por Bordalo.
Apesar dessa passividade de muitos é bom que fique escrito uma passagem decisiva e curiosa da história do Termalismo Caldense.
Bem haja
VT