Temos que mudar. Quando terminava a minha "reportagem" sobre
o evento da limpeza do Parque das Caldas desencadeado e feito por elementos da
população deparou-se-me um cisne que surgiu com um porte "imperial".
Com a sua imagem presto a minha singela homenagem a todos quantos contribuíram generosamente no dia
16-12-2012 - cada qual à sua maneira e como podia. Afinal um exemplo de
cidadania a ser repetido não só nas Caldas mas por esse País fora. Uma prova
que "yes we can" sem ficarmos à espera de uma qualquer Providência.
Há ainda muito por fazer na limpeza do Parque e esperamos que apareçam cada vez
mais pessoas a cuidar daquilo que afinal é de todos nós e uma das salas de
visita mais bonitas que temos. Temos que mudar e em vez da passividade habitual
(magistralmente caricaturada por Bordalo) e estarmos à espera que outrém faça
aquilo que nós podemos fazer - "do it yourself". O individualismo
deve dar lugar a um novo sentido do colectivo. Sobretudo numa altura de grande
aflição para o País - a solidariedade e tolerância devem integrar o nosso modo
de vida. Seria bom que este gesto se propagasse como uma doença boa e
inexoravelmente contagiosa. Não esperemos por Sebastianismos impossíveis.
Galvanizemo-nos antes a nós próprios e ajudemos os vizinhos sem estar à espera
que chegue a nossa vez de sermos ajudados. Arregacemos as mangas nestes tempos
em que sopra a depressão e cuidemos do nosso país. Temos que mudar.
Coincide este "post" com um fim de semana em que a população se disponibiliza (Domingo) a limpar o Parque e a Mata das Caldas da enorme quantidade de folhas caídas - porque o C. de Administração do Centro Hospitalar não tem verba para tal e porque se assiste a uma "paralisia" da Câmara - não intervindo. Aliás é imoral a falta de resposta da Câmara aos sucessivos apelos ao longo de muitos anos de várias Administrações do Centro Hospitalar para contribuir para a manutenção do Parque e Mata. Porque não podemos esquecer que aqueles espaços são usufruídos sobretudo por munícipes (para além dos eventuais termalistas) e porque a Câmara nunca construiu espaços verdes alternativos para a população. Apesar de ofícios e reuniões (onde se chegaram a propor protocolos de gestão conjunta) a Câmara nunca se mexeu e até a água municipal o Hospital tinha que pagar (até conseguir canalizar água superficial das minas da Mata para abastecer o Lago e o Parque). Esta situação do Parque Termal das Caldas da Rainha suscitou-me ainda a seguinte reflexão:
Considerando que vivemos uma altura ainda plena de
incertezas sobre o futuro do Termalismo Caldense e em que recentemente se anunciou que o
Ministério da Saúde decidirá o destino daquele - após auscultação de diversas entidades
por parte do actual Conselho de Administração (CA) do recém-criado Centro Hospitalar do Oeste (CHO) e atento
o facto da criação deste implicar como consequência a “separação” jurídica
entre a Estância Termal das Caldas da Rainha e o Hospital Distrital.
Considerando que o parecer final do CA do CHO deverá ser apresentado superiormente até Março (120 dias após a sua nomeação).
Atrevo-me
a sugerir, sem prejuízo de outras iniciativas sobre a matéria, na qualidade de cidadão, que sejam organizadas, urgentemente, reuniões abordando exclusiva e pragmaticamente
duas questões essenciais, no meu modesto entender, sobre o relançamento termal em apreço. Assim poderiam
ter lugar 2 fóruns com esses 2 temas que poderão ser fulcrais e
clarificadores para o caminho a percorrer.
No primeiro participariam
todas as Individualidades credíveis na matéria e Entidades colectivas com
uma palavra a ser levada em conta e ou com reconhecida ligação ao assunto - opinando sobre as
"guide-lines" fundamentais sobre as quais se deveria construir o
futuro modelo para o termalismo caldense. Desta 1.ª reunião alargada (duraria
uma manhã ou um dia - consoante o nº de intervenientes) seriam extraídas conclusões com o denominador
comum das diferentes opiniões expressas por todos os intervenientes. Este parecer final e consensual
entre todos serviria como uma base contendo as linhas de orientação fundamentais
sobre as quais deveria assentar no futuro - a estratégia e o modelo para
relançamento do termalismo caldense. Uma base alargada de consensos entre todos
os actores principais nesta matéria, que ficariam vinculados aquela, será essencial para que vingue uma futura
estratégia a estabelecer e que seja adequada para o Relançamento Termal nas Caldas da Rainha.
Mais tarde num segundo forum seriam ouvidas as opiniões de vários especialistas em ” Estudos de Viabilidade
Económica e de Mercado" (Nacional e Internacional) e eventualmente de Juristas que comparassem (uma
primeira análise com prós e contras) as diferentes possibilidades de
modelo e respectivos enquadramentos jurídicos para uma futura Entidade
gestionária para todo o Património Termal que integra a Estância Termal das
Caldas da Rainha - obedecendo às linhas de orientação encontradas anteriormente.
Das conclusões de ambas seria
dado conhecimento, em tempo útil, aos diferentes patamares hierárquicos do Ministério da Saúde.