segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Na Brasileira do Chiado

A “Brasileira do Chiado” foi fundada (1905) por Adriano Telles que, vindo do Brasil, importava o café sem dificuldades. Em 1908 faz uma remodelação, criando então a cafetaria. Com as liberdades de reunião e associação proclamadas pela instauração de República Portuguesa, e a instalação do Directório no Largo de S. Carlos (entretanto rebaptizado Largo do Directório, precisamente no 1º andar do edifício onde nasceu Fernando Pessoa), A Brasileira torna-se um dos cafés mais concorridos de Lisboa.
A partir dessa época A Brasileira tornou-se o cenário de inúmeras tertúlias intelectuais, artísticas e literárias. Por lá passaram os escritores e artistas, reunidos en torno da figura do poeta-general Henrique Rosa (tio adoptivo de Fernando Pessoa), que viriam a fundar a Revista Orpheu.
Em 1925 a Brasileira passa a expor onze telas de sete pintores portugueses da nova geração, que então frequentavam o café: Almada Negreiros, António Soares, Eduardo Viana, Jorge Barradas (com dois quadros cada), Bernardo Marques, Stuart Carvalhais e José Pacheco. Este «museu» foi renovado em 1971, com onze novas telas de pintores da época: António Palolo, Carlos Calvet, Eduardo Nery, Fernando Azevedo, João Hogan, João Vieira, Joaquim Rodrigo, Manuel Baptista, Nikias Skapinakis, Noronha da Costa, e Vespeira. 
Com toda a importância que teve na vida cultural do país, A Brasileira do Chiado mantém uma identidade muito própria, quer pela especificidade da sua decoração, quer pela simbologia que representa por se encontrar ligada a círculos de intelectuais, escritores e artistas de renome como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Santa Rita Pintor, José Pacheco ou Abel Manta, entre muitos outros. A assiduidade de Fernando Pessoa motivou a inauguração, nos anos 80, da estátua em bronze da autoria de Lagoa Henriques, que representa o escritor sentado à mesa na esplanada do café.

1 comentário:

Luz Santos disse...

Eu, que conheço bem o Chiado, dou-lhe os meus parabéns por esta fotografia.
É a primeira fotografia que vejo que vejo em que Fernando Pessoa está de costas para o pessoal que sai do Metro.
A maioria das turistas gostam de ficar no colo dele.
Agora com o calor ele deve ser um banquinho um pouco quente...!
Há muito que não vou a Lisboa...!
Cumprimentos.
Boa semana.