Como sempre percorro as ruas
da cidade com a câmara fotográfica na mão. Já percebi que afinal nada se
repete. Enquanto vou pensando que fotografar é olhar e depois voltar a olhar –
e descobrir sempre – chego à rua das montras onde há uma festa no meio da qual
encontro Mestre Ferreira da Silva (ver nota biográfica no retrato de
11-11-2014) sob as abas do seu chapéu mágico. As linhas de fuga da rua
convergem lá atrás e tudo se movimenta projectando-o na minha
direcção. Fazemos o nosso ritual de cumprimentos e os laços da amizade
permitem que se soltem as amarras de uma bela conversa efusiva. Filosofamos e
acabamos concluindo que com a idade aprendemos finalmente a viajar no tempo. Às
histórias interessantes do passado claro. Algo que não tínhamos enquanto jovens.
Rimos um com o outro. Fazemos a continência para nos despedirmos. Eu fotografo.
Um cristal de tempo. Hasta la vista mano...
Sem comentários:
Enviar um comentário