Vivemos numa sociedade em que somos vigiados em todos os locais e espaços. Quem vigia e quem é vigiado? Penso que estamo todos intrínsecamente vigiados e todos vigiamos! É problemática a evolução histórica da ideia de vigilância e da sua in...scrição em muitos espaços da nossa vida, é problemática a generalização dos mecanismos e dos espaços de vigilância e controlo dos indivíduos, como também é profundamente problemática a forma como a institucionalização da vigilância em quase todos os espaços da nossa vida foi acompanhada por uma naturalização do discurso sobre ela e uma aceitação tácita de quem vigia e de quem é vigiado. Contudo, o processo mais complexo parece estar na forma como a vigilância é um código simbólico em tantos espaços da nossa vida. Quando um indivíduo afirma que o seu vizinho que recebe o Rendimento Social de Inserção é um preguiçoso que não quer trabalho e vai ao café todos os dias, ou que os desempregados que ele não conhece não querem é trabalhar e acomodam-se, vemos como ao nível do discurso se materializa a ideia do indivíduo como vigilante que observa e toma posição sobre a vida do outro....a ideia parece ser a de que é necessária uma co-responsabilidade social, combatendo a violência, observando comportamentos e até os pensamentos....argumentando que é necessário que seja exercida uma vigilância social e colectiva que torne o problema visível para o poder combater. ......in: Vigilância: A prisão na nossa Vida. Anita Martins
2 comentários:
Eles andam aí...
José Carlos Faria
Vivemos numa sociedade em que somos vigiados em todos os locais e espaços. Quem vigia e quem é vigiado? Penso que estamo todos intrínsecamente vigiados e todos vigiamos! É problemática a evolução histórica da ideia de vigilância e da sua in...scrição em muitos espaços da nossa vida, é problemática a generalização dos mecanismos e dos espaços de vigilância e controlo dos indivíduos, como também é profundamente problemática a forma como a institucionalização da vigilância em quase todos os espaços da nossa vida foi acompanhada por uma naturalização do discurso sobre ela e uma aceitação tácita de quem vigia e de quem é vigiado. Contudo, o processo mais complexo parece estar na forma como a vigilância é um código simbólico em tantos espaços da nossa vida. Quando um indivíduo afirma que o seu vizinho que recebe o Rendimento Social de Inserção é um preguiçoso que não quer trabalho e vai ao café todos os dias, ou que os desempregados que ele não conhece não querem é trabalhar e acomodam-se, vemos como ao nível do discurso se materializa a ideia do indivíduo como vigilante que observa e toma posição sobre a vida do outro....a ideia parece ser a de que é necessária uma co-responsabilidade social, combatendo a violência, observando comportamentos e até os pensamentos....argumentando que é necessário que seja exercida uma vigilância social e colectiva que torne o problema visível para o poder combater. ......in: Vigilância: A prisão na nossa Vida.
Anita Martins
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