Naquele
piquenique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando
tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco
depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo purpuro,
a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
(Cesário
Verde)
8 comentários:
Sem o seu blog a vida seria bem mais tristonha. Obrigada por partilhar estes tesouros.
Great!!
Andreas Krappweis
Dia da cor da vida! Linda foto!
Ernestina Santos
É já tão raro encontrar tantas papoilas, que mais parece um quadro num hino à natureza.
Luísa Barbosa
Adoroooooooo♥)))
Gina Filipe
Lindo manto de papoilas.
Maria Madalena
Precioso, linda foto y lindas palabras,
Saludos
Maribel M.B
Gosto tanto de papoilas mas são tão frágeis. Obrigada pela partilha
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