sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Graffiti II


Where Do We Go - BIll Frisell 

5 comentários:

Anónimo disse...

ESPECTACULAR!!!
Uma humanidade que "sorve" o seu proprio pulmão...., curiosamente e se calhar não por acaso, o Brasil tem muita desta arte pelas ruas e sobretudo predios abandonados e favelas....., muito interessante!

Graffiti , palavra de origem italiana, é considerada arte desde o Imperio Romano, está normalmente associado a movimentos de transgressão cultural, tendo por objectivo principal uma chamada de atenção sobre questões sociais inscrevendo-se num registo de arte "expressionista", teve o seu grande impulso em Paris ( Maio de 68 )....., uma manifestação artistica para muitos ainda controversa, que faz o "embelezamento" de espaços ( paredes/muros ) em estado de degradação/abandono, ou em espaços a ela destinado, publico em geral..., será das formas mais creactivas em arte visual, normalmente de grande dimensão que obriga a uma visualização mental especial, tendo em conta a mensagem a transmitir.......
Post muito bem conseguido, (graffiti), tendo em conta a grande polemica actual, sobre a criacção de uma das maiores barragens hidroeléctricas do mundo, que se situará num dos rios que constitui a bacia hidrografica do Amazonas precisamente no Brasil, na Amazonia, considerada o pulmão do Mundo.....
Gosto do aproveitamento que é feito das sacadas do prédio, em jeito de relevo aos olhos, assim como á palhinha, normalmente associadas a bebidas frescas gaseificadas ( não precisa dizer nomes....)...., e a questão é de facto esta, "where do we go"...( ??? ).
Abraço
AC

Henrik disse...

Maravilhoso.

Tina disse...

Parabéns ao fotógrafo, que não deixou escapar a oportunidade de registar um graffiti tão significativo, que aliou a ação de embelezamento de uma fachada em reconstrução à chamada de atenção para o grave problema ambiental que ameaça o mundo.
O exemplo não poderia ser mais actual e a execução do graffiti é bem criativa, destacando os elementos mais importantes da questão: a Amazónia é sugada conscientemente pelo detentor do capital, que só se interessa pelo lucro fácil (foi bem conseguido o ar indiferente do capitalista, com os olhos em alvo, protegidos de forma bem calculada pelas varandas do prédio, sugerindo cegueira total face à herança poluída e destruída que os nossos filhos vão herdar), através da exploração/destruição impiedosa da floresta, magistralmente representada na palhinha que atinge diretamente o pulmão do mundo, bem como na inexpressividade das mãos, que surgem das mangas de um casaco, cujo tecido simbolicamente representa a madeira estriada que está a ser destruída.
Os "emblemas das grandes petrolíferas" não precisam, na realidade, de estar presentes na foto, o que até lhes daria uma publicidade gratuitamente ofensiva neste post.
Bill Frisell salientou o sentimento de impotência face à questão. Sendo um guitarrista tão criativo, que fabricou a sua primeira guitarra com os seus 4 aninhos (faz-me lembrar o músico cabo-verdiano Bau, que também construiu o seu primeiro cavaquinho com os seus 5 aninhos), trouxe-me com a sua peça musical "Where Do We Go", não só pelo título mas também pela nostalgia dos sons, uma sensação frustrante de inevitabilidade... Perfeita a escolha musical, que se alia com mestria ao graffiti na chamada de atenção para o problema!

Anónimo disse...

Paredes…

altares de gritos,
desordenados graffitis
de caracteres e letras...

memórias cravadas,
raivas pintadas,
cores dispersas,
diversas,
repúdios, apelos,
murmúrios…

paredes…

cansadas, magoadas,
com riscos, com traços,
grafias,
com imagens, fantasias…

paredes...

rostos urbanos,
danos,
onde o aviso é mensagem
e a arte tem cor
no canto da vida…

João Videira Santos

Excelente Tríade: foto-mensagem-música.
ARTE, numa palavra !
Parabéns pelo Bonito post!

FC

VT disse...

Obrigado AC, Henrik, Tina e FC pelos Vossos comentários que dizem tudo... De facto pouco ou nada há a acrescentar às Vossas palavras, poema e análises, interessantes e adequadas, sobre este Graffiti tão repleto de significado.
Bem hajam
VT