E se...é uma questão que nunca se deve colocar porque nunca tem resposta. Mas é irresistível perante esta gravação magnífica em que além da melodia inspirada e da interpretação calorosa, há uma capacidade de transmissão de calor humano, uma sensação de bem estar, de plenitude e comunhão com a vida que indiciavam que, aos 26 anos, Otis Redding se preparava para reinventar o Soul... Já não como expressão musical negra mas de uma geração inteira, como mostrara o seu êxito no Festival Pop de Monterey. E se o avião não se tivesse despenhado naquele dia de 10 de Dezembro de 1967?
Excelente P&B, em que o castelo de nuvens "perturba" o observador.
...pois, quase que diria que brinquei com bonecas e iniciei a minha pré-adolescencia/adolescencia, ao som de Otis Redding....., foram anos marcantes por varias razões, lembro bem do tragico acontecimento relatado essencialmente pelo irmão, grande fã de Otis........, adoro-o e tenho pena que grande maioria das gravações do youtube não façam jus á qualidade da sua musica.
Na foto, realçam-me as curvas onduladas que serpenteiam o passeio maritimo, assim como as pequenas nuvens, baixas, que sobrevoam a pequena ilha lá ao fundo, como que meios "corpos", em jeito de projecção ( ampliada ) dos observadores aqui sentados, frente ao "gronho", de estar solido, transmitindo serenidade, protecção e firmeza, contrastando com as aguas e seus movimentos........., reconhecimento e estranheza, alivio e inquietação, certezas e duvidas, podem ser desencadeados, dicotomias a que já estaremos habituados ( digo eu )...., sublimação,( procura elevar a essência para um padrão mais puro, mais sublime, grandioso ou superior, transformando sentimentos considerados mais primitivos em sentimentos mais elevados, de forma consciente ou não... ). Abraço AC
Admiro primeiro a foto, que nos dá o mote para as nossas conjecturas, e não posso deixar de absorver a tranquilidade que dela irradia. É como se estivesse também sentada num daqueles bancos de cimento, com os pés assentes na bonita calçada portuguesa depois de beber um café no bonito quiosque, aspirando o ar salgado e "just sitting, waisting time". É deixar que o tempo passe, extasiada com a paisagem em frente, admirando a imponência do Gronho que se destaca na divisão entre as águas da lagoa e do mar que o areal branco impõe. E as nuvens reinam no céu, entre as quais algumas aberturas lançam a intensidade da sua sombra nas águas do mar. A beleza da paisagem, bem salientada neste preto e branco, não poderia na verdade ter melhor expressão musical que o Sitting in the Dock of the Bay...
Na realidade, é uma infeliz perda, aos 26 anos, de um compositor que nos legou peças tão lindas como esta ou como "These Arms of Mine", prenunciando um futuro promissor no mundo da música soul. Parabéns, Vasco, por mais esta bela foto e mais uma vez obrigada por tão linda partilha!
Obrigado Sub pela palavras relativas à foto e pela informação musical que como habitualmente enriquece o "post". Obrigado AC pela partilha de um interessante comentário e pela análise da imagem. Obrigado Tina por descrever tão bem o ambiente que a foto lhe transmite. De facto na composição desta imagem há 2 pontos/objectos essenciais que a equilibram e transmitem esse equilíbrio a quem vê. O objecto vertical representado à direita pelo qiosque é compensado pelo traço horizontal e escuro do "Gronho" (2º ponto/objecto) à esquerda e ao longe. O ondulado da calçada em 1º plano , as pessoas sentadas e a praia e lagoa em 2º plano são "compensadas pelas nuvens na metade superior do enquadramento. O tom ligeiramente "amarelado" copntribui ainda mais para criar o tal "ambiente" supracitado. Bem hajam VT
4 comentários:
E se...é uma questão que nunca se deve colocar porque nunca tem resposta. Mas é irresistível perante esta gravação magnífica em que além da melodia inspirada e da interpretação calorosa, há uma capacidade de transmissão de calor humano, uma sensação de bem estar, de plenitude e comunhão com a vida que indiciavam que, aos 26 anos, Otis Redding se preparava para reinventar o Soul... Já não como expressão musical negra mas de uma geração inteira, como mostrara o seu êxito no Festival Pop de Monterey.
E se o avião não se tivesse despenhado naquele dia de 10 de Dezembro de 1967?
Excelente P&B, em que o castelo de nuvens "perturba" o observador.
...pois, quase que diria que brinquei com bonecas e iniciei a minha pré-adolescencia/adolescencia, ao som de Otis Redding....., foram anos marcantes por varias razões, lembro bem do tragico acontecimento relatado essencialmente pelo irmão, grande fã de Otis........, adoro-o e tenho pena que grande maioria das gravações do youtube não façam jus á qualidade da sua musica.
Na foto, realçam-me as curvas onduladas que serpenteiam o passeio maritimo, assim como as pequenas nuvens, baixas, que sobrevoam a pequena ilha lá ao fundo, como que meios "corpos", em jeito de projecção ( ampliada ) dos observadores aqui sentados, frente ao "gronho", de estar solido, transmitindo serenidade, protecção e firmeza, contrastando com as aguas e seus movimentos........., reconhecimento e estranheza, alivio e inquietação, certezas e duvidas, podem ser desencadeados, dicotomias a que já estaremos habituados ( digo eu )...., sublimação,( procura elevar a essência para um padrão mais puro, mais sublime, grandioso ou superior, transformando sentimentos considerados mais primitivos em sentimentos mais elevados, de forma consciente ou não... ).
Abraço
AC
Admiro primeiro a foto, que nos dá o mote para as nossas conjecturas, e não posso deixar de absorver a tranquilidade que dela irradia. É como se estivesse também sentada num daqueles bancos de cimento, com os pés assentes na bonita calçada portuguesa depois de beber um café no bonito quiosque, aspirando o ar salgado e "just sitting, waisting time". É deixar que o tempo passe, extasiada com a paisagem em frente, admirando a imponência do Gronho que se destaca na divisão entre as águas da lagoa e do mar que o areal branco impõe. E as nuvens reinam no céu, entre as quais algumas aberturas lançam a intensidade da sua sombra nas águas do mar. A beleza da paisagem, bem salientada neste preto e branco, não poderia na verdade ter melhor expressão musical que o Sitting in the Dock of the Bay...
Na realidade, é uma infeliz perda, aos 26 anos, de um compositor que nos legou peças tão lindas como esta ou como "These Arms of Mine", prenunciando um futuro promissor no mundo da música soul.
Parabéns, Vasco, por mais esta bela foto e mais uma vez obrigada por tão linda partilha!
Obrigado Sub pela palavras relativas à foto e pela informação musical que como habitualmente enriquece o "post".
Obrigado AC pela partilha de um interessante comentário e pela análise da imagem.
Obrigado Tina por descrever tão bem o ambiente que a foto lhe transmite.
De facto na composição desta imagem há 2 pontos/objectos essenciais que a equilibram e transmitem esse equilíbrio a quem vê. O objecto vertical representado à direita pelo qiosque é compensado pelo traço horizontal e escuro do "Gronho" (2º ponto/objecto) à esquerda e ao longe. O ondulado da calçada em 1º plano , as pessoas sentadas e a praia e lagoa em 2º plano são "compensadas pelas nuvens na metade superior do enquadramento. O tom ligeiramente "amarelado" copntribui ainda mais para criar o tal "ambiente" supracitado.
Bem hajam
VT
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