Os Pavilhões do Parque continuam a ser uma peça patrimonial importante (e controversa) entre todas as que constituem a Estância Termal das Caldas da Rainha
Exogenesis Symphony Pt 1: Overture by Muse
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A Imprensa local publicou a semana passada um Estudo (prévio?) feito pelo ISCTE-IUL no sentido de se relançar, finalmente, o Termalismo nas Caldas da Rainha. Como não transparece que é a versão definitiva do Estudo/Proposta não me parece oportuno analisar e ou pronunciar-me, actualmente, sobre o mesmo.
No entanto não posso deixar de anotar o aparente “pessimismo” que se verifica na introdução.
Quando se refere “Os últimos cento e vinte anos das Termas das Caldas da Rainha, as propostas dos últimos trinta sobre o Património do Hospital Termal e alguma tradição nacional sobre Estudos confirmam a possibilidade do presente Estudo do ISCTE - IUL não ser implementado e ser arquivado…”
…” dado que “foram elaborados quatro Planos de Reforma, como tentativas de impor nova estratégia de revitalização termal, três delas com expressão legislativa própria para o Hospital Termal, datando o último de 1917, sem sucesso assinalável”;
“foi defendida por quatro vezes (1860, 1893, 1965, 1999) a separação física entre estância termal e hospital de “doenças gerais”
“por quatro vezes surgiram propostas de arrendamento, concessão ou privatização da estância balnear e ou dos seus anexos (1899, 1904, 1917, 1996), que nunca viriam a ser contempladas”.
Estes últimos dados foram executados numa altura em que a data (mais recente) limite para referência era o ano de 1999. Depois ainda existiram novas propostas para Concessão (que apresentámos, enquanto representante da Instituição, ao Ministério da Saúde) em 2003 e em 2005 – esta última com Caderno de Encargos entregue para aprovação pelo M. Saúde e apoiada pelo parecer da Agência Portuguesa para o Investimento e por todos os Poderes e Forças políticas locais). Note-se que em 2003 o processo passou ainda pelo Grupo de Missão Parcerias em Saúde onde esteve durante cerca de 2 anos em busca de solução. Finalmente, em 2008, surgiu mais um dado novo que alterava a equação e, em consequência, o seu resultado: A eminente fusão do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha (CHCR) com os Hospitais de Peniche e Alcobaça – dando origem ao Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON). Propusemos na altura por ofício uma proposta (e não um Estudo) fundamentada para se estudar (Estudos de Mercado e Viabilidade Económica) a formação eventual de uma Fundação Público-Privada com a integração de múltiplos agentes e Entidades locais e Privadas que também mereceu consenso local. Posteriormente apareceu mais um dado novo: a instalação de uma grave crise Económica e Financeira global com repercussão nacional. É portanto já com esta nova “envolvente” que o actual Estudo prévio (?) do ISCTE é desenvolvido.
Ou seja se o Termalismo ainda não foi relançado, desde 1996, nas Caldas da Rainha tal deve-se essencialmente a uma enorme rotatividade das Equipas Ministeriais (8 equipas diferentes nos últimos 12 anos) e à hesitação e pouca celeridade que mereceu. Tiveram ainda influência o aparecimento frequente de diferentes variáveis que obrigaram os diferentes Conselhos de Administração a apresentar novas propostas adaptadas a novos dados que surgiram alterando os anteriores enquadramentos político, jurídico e financeiro. Continuaremos atentos ao desenvolvimento de um assunto de grande importância Local e Nacional e a ele voltaremos neste blogue sempre que o considerarmos apropriado e oportuno.
3 comentários:
Uma escolha curiosa de tema musical, que engrandece a já de si, maravihosamente captada imponente fachada... :)
Foto com uma perspectiva interessante, realçando toda a grandiosidade dos edificios e seus "rendilhados" caracteristicos, acompanhada de informação rica e pertinente sobre a historia e evolução (ou não evolução) da situaçãO Á VOLTA DO RE-LANÇAMENTO DO TERMALISMO NAS CALDAS DA RAINHA!!!
Sinto-me de certa maneira "chocada" com a ausencia de comentarios, opiniões/reflexões/propostas dos Caldenses, num Tema com esta envergadura, de interesse fundamental para o desenvolvimento local e não só....
Assusta-me tal atitude de "passividade" ( e até mesmo "ignorancia") que nos caracteriza e continua a arrastar para "becos" quase sem saída - é global, dirão; é a crise, dirão; é o sistema, dirão...., (tudo serve de apanagio para justificar a ausencia de atitudes e mudanças)!!!
Sim, concordo, se calhar já são estudos/planos/propostas etc, a mais - que se perdem ou empancam nos corredores das hierarquias dos "poderes" e dos "interesses" politicos e económicos (durante decadas) que pouco ou nada teem a ver com interesses humanos...., se calhar por isso mesmo urge a tomada de consciencia da situação e a real intervenção - o "FAZER" - esta como muitas outras situações, arrastam-se, por esse País fora, como que á espera de "milagres", enquanto todos perdemos em qualidade de saúde e bem-estar, gerais - e assim será enquanto não forem alterados valores de funcionamento das sociedades ditas evoluidas (mudança de incentivos) - (...), por isso deixo aqui parte da minha revolta (não é lamento),ao mesmo tempo que felicito Heavenly pela atitude e riqueza da intervenção atraves deste post, como que em jeito de um grito de "alerta" que apesar de repetido, parece ainda não ter "acordado" os "sonos pesados".....!!!
Abraço
AC
Obrigado Eva por sublinhar a forma de captação e o resultado fotofráfico final.
Obrigado AC pelas palavras veementes. Oxalá tivessem o condão de acordar muitas "águas mornas e adormecidas"...
Bem hajam
VT
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