Abrahams theme - Vangelis
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Chanson d'Automne
Les feuilles mortes - Yves Montand
*
Dans le milieu d´une nuit de mon Automne je me suis réveillé pour rêver dans un temps où je n´ais pas vécu. Comme
si je voulais vivre, encore une fois, à un Paris lointain, et rester un enfant
dans le jardin de tes bras en écoutant la caresse de tes lévres qui racontent des
histoires douces à mon oreille. Oui. Encore une fois le parfum des linges de
ton lit dans un appartement oú Baudelaire et les poétes maudits était assis à
la fenêtre sur la Seine. La Seine qui nous berçait dans une chanson de Trenet
avec les paroles de Prévert dans l´écume des jours, allumés par des images de
Josephine Baker et des dessins inconnus de Picasso sur l´amour éternel de
Mistinguett et Maurice Chevalier. Aprés une promenade dans un jardin peint par
Monet oú il y avait des feuilles que semblait
des étoiles oú peut-être des oiseaux avec des couleurs de l´Automne qui éclatait
avec la lumiére de l'après-midi… encore une fois le ciel de l´Opera sur mon
coeur qui bat dans ton coeur (comme si nous avons seulement un couer à nous
deux) sous le satin de ta peau. Oui mon amour. Encore une fois à Paris avec mes
yeux dedans la porte ouverte de tes yeux (et ils sont beaux tes yeux) dans un
petit café à S. Germain eternisé dans une peinture de Renoir. Encore une fois
danser une chanson de Yves Montand dans la pénombre de ta chambre et voler dans
un ciel outremer comme des amants de Chagall. Comme ça. Encore une fois.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
A Aberta X
Historia de um Amor - Eddie Higgins
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Depois do "susto" de 2010 (ver posts alusivos na etiqueta: "Aberta") vivemos novamente um momento de grande preocupação com a Aberta da Lagoa de Óbidos. Deslocou-se para sul quase banhando o Gronho (com inerente perigo de alguma derrocada) apenas cerca de 1,5 anos após se terem investido 1,5 milhões em dragagens. Na imagem mostra-se o aspecto durante a maré-cheia pois na maré vazia praticamente não há comunicação entre o mar e a Lagoa. Mais uma vez o mar, cada vez mais imprevisível, assoreou significativamente a entrada da Lagoa. Quase parece que a Natureza prepara o encerramento a sul
(assoreando) para abrir a comunicação a Norte como aconteceu em Janeiro de 2010. Oxalá que tal não venha a acontecer. Aguarda-se (mais uma vez) uma intervenção urgente das diversas Entidades responsáveis dado que durante esta semana poderá ocorrer o encerramento total da Aberta.. sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Quiet conversation
Fotografia colhida na margem Este, entre o Penedo Furado e a Escola de Vela, com perspectiva para o lado do mar.
A quiet conversation - Bliss
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Margem vermelha
All alright - Sigur Ros
-
-
A exposição agora inaugurada e o lançamento do livro com fotografias sobre a Lagoa de Óbidos são
também um contributo para que surjam outros olhares - não só sobre a fauna e ou
sobre a flora da Lagoa mas também sobre as ameaças que pendem sobre a
salvaguarda de um dos Patrimónios naturais mais importantes que o País possui
com influência significativa sob os pontos de vista social e económico e com
enfoque para o sector do Turismo. Quanto mais olhares venham a surgir mais
atenção merecerá Lagoa. Mormente das Entidades responsáveis. Não basta apenas uma
cartilha de intenções. É imprescindível que os 2 Municípios em cujos
"braços" repousa a Lagoa se articulem de facto entre eles (porque não
um Gabinete comum dedicado à Lagoa?) e envidem de facto todos os esforços numa
estratégia/plano comum pressionando e sensibilizando adequadamente o Poder
Central para importância de se concretizarem e implementarem, finalmente, todas
as medidas e acções necessárias para recuperação e manutenção da Lagoa de
Óbidos. Não só lutando pela manutenção da Aberta (que vem pelo menos desde o
Século XV e agora reacendida) mas também evitar o assoreamento dragando outros
pontos (urgente no Braço da Barrosa antes que este deixe de existir e se transforme
apenas numa zona pantanosa), remover e proibir veementemente o lixo ou descargas
inapropriadas, preservar o coberto vegetal que rodeia a Lagoa e regularizar a recolha
e tratamento de resíduos sólidos que tem constituídos um dos problemas mais
graves. A construção de barragens ao longo dos afluentes e o excesso de
poluição transportada para a Lagoa que tem-se vindo a verificar nos últimos
anos conduz a uma diminuição dos caudais de água doce, face aos de água
salgada, com a consequente diminuição ou desaparecimento de certas espécies. São
ainda factores de perturbação relevantes a poluição provocada por esgotos
industriais e domésticos e pelos pesticidas trazidos pelas enxurradas através
de toda a bacia hidrográfica, a forte pressão de construções habitacionais desordenadas
e sem estudos de impacte ambiental, as mobilizações profundas do solo para
florestação de grandes áreas, a caça ilegal e abate de espécies protegidas por
lei. Urge encontrar uma forma de gestão sustentável que evite a sua degradação
e recupere o ecossistema natural.
É imprescindível que os nossos descendentes continuem a contemplar
a beleza de uma Lagoa que nos reflecte e ao mesmo tempo se reflecte em nós e
que continuemos a sonhar nas suas águas. Que as fotografias que agora falam
sobre a o encantamento e a poesia intrínseca da Lagoa de Óbidos não venham a
ser no Futuro apenas uma recordação de como era no Passado.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
About poetry and the Lagoon
Miracles
dwell in the invisible
Listen
to the sound of Lagoon within you
-
It´s Magic - Eddie Higgins
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
O Poder dos perfumes
I wish you Love - Sacha Distel
-
Confesso que sempre me
fascinou o universo misterioso dos perfumes pela possibilidade de nos fazer
sonhar. Quanto melhores mais emocionante e mágicos os momentos de sedução que
lhes poderão ficar associados - tal como a música já que ambos falam a mesma
linguagem (notas, composição, toque, órgão, harmonia, etc.). De facto podemos
associar determinado aroma a pessoas específicas ou a momentos especiais
guardados na nossa memória olfactiva. Os perfumes podem conter o poder de conferir uma qualidade extraordinária a alguém. Alguém que pode tornar-se mítica(o) quando a sua presença é anunciada por uma aura magnética fascinante, irresistivel e apaixonante que emana da combinação da fragrância que usa com a sua pele - desencadeando um
encantamento feito de múltiplas sensações em nós. Ligados sobretudo aos afectos um perfume pode transformar um encontro, um enlace ou um beijo em algo de inesquecível que
eleva os amantes e o amor para patamares de excepção. Um bom perfume é aquele
que nos dá vontade de cheirar cada vez mais - sem parar, mantendo a sua
tenacidade (ligada às notas de fundo) e o seu “rastro” durante um ou mais dias.
A alquimia dos odores pode transmitir-nos
sensações ou conceitos como: a classe, o mistério, a doçura, o dinamismo, a sensualidade,
a frescura, a tranquilidade - entre outros, que ficam “agarrados” às pessoas
que os evocam através de perfumes específicos. Por outro lado a sedução também
passa pelo efeito que o aroma tem sobre o próprio(a) utilizador(a), levando a
sentir-se sedutor(a) ou audaz, capaz de se ultrapassar nas suas capacidades,
etc. Por isso devemos escolher sempre as fragrâncias pelas sensações que nos
despertam e reflectem e não pela publicidade ligada a uma imagem que muitas
vezes não corresponde ao conteúdo dos frascos de perfume. Assim o aroma
sublinhará melhor a nossa personalidade, fará parte de nós e pode tornar-se o
odor da pessoa que adquire assim uma “aura” plena de códigos com uma linguagem
que nos transporta e atrai a um mundo onde a cultura de sonhos é sublinhada por
fragrâncias invisíveis. Em Paris há algumas casas que fabricam o perfume “à
medida” da pele (que transporta e modifica odores) de cada pessoa compatibilizando
os aromas com os óleos cutâneos e a personalidade de cada cliente (a confecção
pode demorar até 6 meses).
Inicialmente produzidos a
partir de elementos da Natureza (mormente flores) diluídos, numa primeira fase,
em álcool (a 7% são águas de colónia, a 12% são águas de “toilette”, a 18% são
“Eau de Parfum” e a partir de 20% são essências ou perfumes) - hoje fabricam-se
essencialmente a partir de substâncias sintéticas, embaratecendo o custo e
permitindo maior produção e massificação da utilização. Deste modo assiste-se
ao declínio dos grandes perfumes e da perfumaria, sobretudo a partir de 1985. O
que antes era obra de artesanato cuidado tornou-se uma indústria dirigida quase
só ao lucro onde os aromas quase todos não possuem notas de fundo e persistência
deixando só um cheiro a produtos sintéticos em todos os utilizadores que ficam
todos a cheirar de modo igual ao fim de algumas horas. Por isso considera-se
que hoje há poucos “grandes perfumes”. Outrora para fabricar 28 gramas do mais
caro perfume de sempre - o célebre “Joy” (o Rolls Royce da perfumaria que era o
preferido de Jackie Kennedy) - eram precisas 10. 600 flores de jasmim e 28
dúzias de rosas da Bulgária. Hoje os sintéticos são exclusivamente químicos e mais voláteis.
As “notes de coeur” evaporam-se rapidamente. Consomem-se e cheiram-se
rapidamente e desaparecem de igual modo. Por isso seduzem ainda os grandes
perfumes produzidos no 1º quartel do Séc. XX - que surgem sempre entre os 10
melhores citados por diversas publicações (como p. ex. Shalimar - considerado
pelos especialistas como o melhor perfume feminino de todas as épocas). Houve e
há perfumes com histórias fantásticas associadas, e que nos contam grandes
amores, grandes aventuras sobre pessoas fascinantes ou factos surpreendentes
ligados ao seu aparecimento e utilização. O perfume continua a ser um cântico
misterioso e poético da Natureza (celebrado por Omar Khayan e Baudelaire), onde
podemos reencontrar os nossos jardins de infância, os lençóis perfumados de
casa da avó, ou os lábios sedutores de um grande amor.
Mas… apesar de tudo ainda
existem hoje bons “perfumistas” com paletas de odores com originalidade e
qualidade. Atrevo-me a citar um bom e actual exemplo de uma fragrância de
excepção citada frequentemente em diferentes livros sobre a matéria como um dos
10 ou dos 100 grandes perfumes de sempre: Eau d'Hadrien criado em 1981 pela
célebre (infelizmente já desaparecida) perfumista francesa Annick Goutal (e
talvez o seu maior êxito de sempre). Annick Goutal trabalhava, então
em Itália onde criou um maravilhoso jardim olfactivo com frutas maduras ensolaradas
às quais adicionou uma “nota” que desenha paisagens na Toscânia - “Les cyprès”. Esta
fragrância reflecte o amor de Annick Goutal pelo Sul da Europa e encontrou
inspiração nos ecos literários do romance "Memórias de Adriano", de
Marguerite Yourcenar. Uma fragrância universal para os amantes do eterno que
vogam entre o frescor dos cítricos, à sombra de um limoeiro na Sicília. Um
perfume que ama a pele e a ternura com uma doçura quase infantil. Para ambos os
sexos é composto por uma mistura de limão siciliano, toranja, tangerina
verde, ylang-ylang e cipreste. Um ponto comum entre Sharon Stone, Leonardo de
Caprio, Céline Dion e o príncipe Carlos.
É um dos meus favoritos - sobretudo nas manhãs de Verão ou perfumando os lençois da cama. Talvez porque a minha memória olfactiva recorda o marcado e agradável aroma fresco a limões que me rodeava e surpreendia quando, com poucos anos de idade, visitava a casa da Madrinha do meu irmão. Uma senhora alemã a quem ouvia chamar de Fraulein Elisabeth e que muito provavelmente veio para Portugal na sequência da 2ª Guerra Mundial e era colega de trabalho de meu pai. Todas as salas estavam impregnadas daquela fragrância (e impecavelmente arrumadas e superlimpas) fresca e acolhedora - ao contário de outras que visitava e que habitualmente cheiravam a comida cozinhada. Por vezes ainda sonho com o seu jardim de flores, que ficava nas traseiras, e onde entrava como se fosse um caleidoscópio perfumado onde sobre um fundo de aroma de citrinos estendia-se um mar colorido de pétalas onde abundavam as begónias semperflorens. Toda aquela paisagem olfactiva dava uma enorme sensação de bem estar que associo, naturalmente, ao aroma de limões - quando intenso.
É um dos meus favoritos - sobretudo nas manhãs de Verão ou perfumando os lençois da cama. Talvez porque a minha memória olfactiva recorda o marcado e agradável aroma fresco a limões que me rodeava e surpreendia quando, com poucos anos de idade, visitava a casa da Madrinha do meu irmão. Uma senhora alemã a quem ouvia chamar de Fraulein Elisabeth e que muito provavelmente veio para Portugal na sequência da 2ª Guerra Mundial e era colega de trabalho de meu pai. Todas as salas estavam impregnadas daquela fragrância (e impecavelmente arrumadas e superlimpas) fresca e acolhedora - ao contário de outras que visitava e que habitualmente cheiravam a comida cozinhada. Por vezes ainda sonho com o seu jardim de flores, que ficava nas traseiras, e onde entrava como se fosse um caleidoscópio perfumado onde sobre um fundo de aroma de citrinos estendia-se um mar colorido de pétalas onde abundavam as begónias semperflorens. Toda aquela paisagem olfactiva dava uma enorme sensação de bem estar que associo, naturalmente, ao aroma de limões - quando intenso.
«La nature et ses merveilles me guident. Mes
émotions deviennent senteurs, j’ai nommé Parfum le rêve qui me porte» (Annick
Goutal).
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Uma Exposição e um Livro
Place to be - Hiromi
-
-
EVENTO:
Abertura/Inauguração da
Exposição: “Lagoa de Óbidos - Um olhar (Fotografias de Vasco Trancoso) e
Lançamento do Livro “Heavenly - A Lagoa de Óbidos” (Fotografias de Vasco
Trancoso).
Local: Centro Cultural e de
Congressos (CCC) das Caldas da Rainha e Museu do Hospital das Caldas.
Data: Início a 7 de Dezembro
de 2013 às 16h e 30 minutos, prolongando-se até 29 de Dezembro de 2013.
Informação:
1 - Trata-se de uma exposição com
62 fotografias (60X60cm e 100X100cm) em simultâneo e em continuidade na Galeria
do CCC das Caldas da Rainha (36 imagens) e no Museu do Hospital e das Caldas
(26 imagens) sob o mesmo tema (A Lagoa de Óbidos. O percurso expositivo
organizado por subtemas permite uma leitura sequencial que se inicia no CCC e
termina no Museu do Hospital.
2 - Trata-se de um livro (com
105 fotografias da Lagoa de Óbidos) editado pela Editora MindAffair com o apoio
da Associação Património Histórico das Caldas da Rainha. Para além de integrar
prefácios da Associação PH, da Editora, do Dr. João B. Serra e de João Jales
conta ainda com um pequeno texto introdutório “apresentando” sucintamente a
Lagoa de Óbidos.
3 - Está previsto que após a
cerimónia inaugural (16h 30 min) com a presença e a palavra das Entidades
presentes haverá visita à Exposição, venda do livro e sessão de autógrafos.
Mensagem:
Caras Amigas e caros Amigos.
Ao longo de mais de quatro anos, a propósito das fotos que ia publicando, tive
o privilégio de receber os Vossos carinhosos e interessantes comentários - aqui
no Blogue Heavenly. Senti de um modo constante os Vossos apoios, sugestões e
incentivos no sentido de surgir um livro e ou uma exposição com as imagens
colhidas. Não admira, pois, que - em consequência - Vos dedique este sonho
concretizado no evento agora programado de uma exposição e de um livro. Não
admira que ambicione, naturalmente, que a inauguração da exposição e lançamento
do livro seja uma festa celebrando afinal a amizade, a solidariedade e a
cumplicidade estabelecida entre todos nós. Por isso conto com todas (os) as
(os) que acompanharam com interesse a publicação das minhas imagens. A vossa
presença, no próximo dia 7 de Dezembro, será motivo de um grande encontro no
qual terei muito orgulho e satisfação.
Até breve. Bem hajam
Vasco Trancoso
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Between the lagoon and the sky
Silence gives answers (Rumi)
Gortoz a ran (Waiting) - Lisa Gerrard and Denez Progent
I waited, waited
for a long time
In the dark shadow of brown towers
In the dark shadow of brown towers
In the dark shadow of rain towers
You will see me waiting forever
You will see me waiting forever
One day it will come back
Over the lands, over the seas
Will come back the green wind
And bring with it my wounded heart
I will be pulled away by its breath
Far away by its stream, wherever it wishes
Wherever it wishes, far away from this world
Between the sea and the stars
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
O fascínio do Chalet Biester
Chalet Biester - Sintra, Estrada da Pena
The Ninth Gate Theme - Sumi Jo
Cerca de 1890, Ernesto
Biester, rico comerciante de origem alemã e desde há muito radicado em
Portugal, elegeu para edificar a sua mansão uma propriedade em Sintra (Estrada
da Pena). A execução do chalet – que tomou o nome do proprietário – revelou-se
eclética tendo inclusive recebido a colaboração de Rafael Bordalo Pinheiro
(azulejos da lareira).
O Chalet Biester apontado frequentemente como sede de vários lendas e mistérios (há quem refira uma ligação subterrânea para a Quinta da Regaleira) foi um dos vários cenários do filme The Ninth Gate (A Nona Porta), dirigido por Roman Polanski e onde o actor principal é Johnny Depp, no papel de um compulsivo caçador de livros raros.
O Chalet Biester apontado frequentemente como sede de vários lendas e mistérios (há quem refira uma ligação subterrânea para a Quinta da Regaleira) foi um dos vários cenários do filme The Ninth Gate (A Nona Porta), dirigido por Roman Polanski e onde o actor principal é Johnny Depp, no papel de um compulsivo caçador de livros raros.
Transcrevemos do nº 4 da
revista “A Architectura Portugueza, de 1908”:
“Em detalhe, toda a construcção é um mimo. Exteriormente, o arco abatido que emmoldura a porta dupla de entrada, arco em que se ergue um balcão coberto, constitue, no seu conjuncto, um motivo delicioso em que [José Luís] Monteiro affirma, simultaneamente, o seu valor de constructor e de artista. D’uma grande simplicidade, casando-se admiravelmente com a restante fachada de que esse motivo é a parte central e principal, as columnas que, n’elle, entram, sem deixarem de representar a sua funcção structural, de supporte, são d’uma graça e leveza incomparáveis, e a maneira como Monteiro deu a máxima cor, sem volumes excessivos, a esse detalhe da fachada, é tambem uma affirmação, e boa, da sua valia.
Internamente, se Monteiro teve a collaboração de Manini e Leandro Braga que, sobretudo na sala de jantar, mostrou quão grande era o seu valor de technico e artista, a sua direcção adivinha-se em toda a parte, ainda mesmo n’um ou n’outro ponto em que a phantasia de Leandro Braga, sentindo-se mais à vontade, se expandiu por isso tambem mais livre e acentuadamente. Desenhador d’um valor que, ainda hoje, é lembrado como tal pelos seus companheiros do atelier Pascal, Monteiro, sem prejudicar a visão de Leandro Braga que era o primeiro a respeitar, detalhou até à ultima, sempre que o julgou necessario, qualquer pormenor em que Braga interveio e que Monteiro entendia estar dentro da sua alçada. No resto, Braga, subordinando-se ao plano geral, fez só o que a sua consciencia de artista lhe ditou. E assim, a obra dos dois, se por vezes se funde, funde-se sempre em virtude do esforço consciente de ambos, não trazendo por isso prejuizo a um ou a outro, mas antes dando-lhes mais lustre e gloria.
“Em detalhe, toda a construcção é um mimo. Exteriormente, o arco abatido que emmoldura a porta dupla de entrada, arco em que se ergue um balcão coberto, constitue, no seu conjuncto, um motivo delicioso em que [José Luís] Monteiro affirma, simultaneamente, o seu valor de constructor e de artista. D’uma grande simplicidade, casando-se admiravelmente com a restante fachada de que esse motivo é a parte central e principal, as columnas que, n’elle, entram, sem deixarem de representar a sua funcção structural, de supporte, são d’uma graça e leveza incomparáveis, e a maneira como Monteiro deu a máxima cor, sem volumes excessivos, a esse detalhe da fachada, é tambem uma affirmação, e boa, da sua valia.
Internamente, se Monteiro teve a collaboração de Manini e Leandro Braga que, sobretudo na sala de jantar, mostrou quão grande era o seu valor de technico e artista, a sua direcção adivinha-se em toda a parte, ainda mesmo n’um ou n’outro ponto em que a phantasia de Leandro Braga, sentindo-se mais à vontade, se expandiu por isso tambem mais livre e acentuadamente. Desenhador d’um valor que, ainda hoje, é lembrado como tal pelos seus companheiros do atelier Pascal, Monteiro, sem prejudicar a visão de Leandro Braga que era o primeiro a respeitar, detalhou até à ultima, sempre que o julgou necessario, qualquer pormenor em que Braga interveio e que Monteiro entendia estar dentro da sua alçada. No resto, Braga, subordinando-se ao plano geral, fez só o que a sua consciencia de artista lhe ditou. E assim, a obra dos dois, se por vezes se funde, funde-se sempre em virtude do esforço consciente de ambos, não trazendo por isso prejuizo a um ou a outro, mas antes dando-lhes mais lustre e gloria.
O parque que, como já
dissemos, é obra de Nogré, é uma maravilha. Como Polixénes do “Conto d’Inverno”
de Shakespeare, que dizia que “a arte que ajuda a natureza é a arte superior
porque é, por assim dizer, ainda a natureza”, o sr. Nogré fez o seu jardim
Biester no estylo da paysagem, limitando-se sempre que lhe foi possivel, acabar
a obra principiada pela natureza, e isso sem esquecer a casa que o jardim tinha
de enquadrar. N’esta orientação, traçou-lhe todas as ruas e alamedas de forma a
fazer valer, de todos os lados e o melhor possivel, a silhueta geral do
edificio. Ora avultando em pittorescos maçissos, ora ondulando, naturalmente,
sem outra cobertura além da que lhe dá a herva cuidadosamente aparada, o parque
valorisa-se assim com o mesmo principio de sobriedade que caracterisa, na
alternação dos espaços nus e decorados, o estylo romanico. E, correndo em todos
os sentidos, ao longo das três faces posteriores da casa, que umas vezes quasi
desapparece sob a massa dos seus tufos, outras surge desafogada, e ainda outras
apparece enquadrada e recortada da folhagem, esta oferece-se, por esta fórma,
continuamente, a quem a olha de fóra, como um elemento sempre original e novo.
Notas: Na casa Biester,
collaboraram as seguintes pessoas: mestre Costa, tendo por encarregado de
carpinteiros seu sobrinho Carlos da Costa Soares, ambos de Cintra. Este ultimo,
quando aquelle se impossibilitou por doença, substituiu-o como mestre da obra
até final, mostrando a sua muita competência. Os estuques são de Domingos
Antonio da Silva Meira; a esculptura em madeira de Leandro Braga e a pintura
decorativa de Luigi Manini, excepto o arauto que se vê na entrada que é de
Baeta, tambem distincto pintor. A guarnição de ferro forjado da grande chaminé
da sala de jantar é de José da Quinta, artista serralheiro de grande valor.”
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Lost
An Hini A Garan - Denez Prrigent and Lisa Gerrard
The one I love,
before, when we were little at home
when we were so near to each other
My heart was loving only one
When I was little at home, the one I love
The one I love, I lost forever
Gone far away and will never come back
And this is what I sing for the one I love
The one I love one day left me
For a far away land
A land that I don't know
My heart was loving only one
When I was little at home, the one I love
The one I love, I lost forever
Gone far away and will never come back
And this is what I sing for the one I love
The one I love one day left me
For a far away land
A land that I don't know
Lost, lost one day, the one love
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
The Lawrence´s
Tea for two - Doris Day
***
***
O Lawrence's Hotel está em
actividade desde cerca de 1764. É a mais antiga unidade hoteleira da Península
Ibérica e uma das primeiras hospedarias do género na Europa. Situado no coração
do centro histórico de Sintra, obteve a preferência de Lord Byron em 1809. Os
clientes poderão pernoitar nesse mesmo quarto onde foi redigido o poema "A
peregrinação de Childe Harold". Depois de aí ter estanciado Lord Byron, o
hotel adquiriu grande notoriedade, mas outras importantes figuras do panorama
intelectual oitocentista pernoitaram no Lawrence, como Alexandre Herculano,
Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Bulhão Pato, Rarnalho Ortigão e tantos
outros grandes nomes, quer da Arte quer da Política Nacional.
Perto do centro da vila, o
Hotel Lawrence propiciava sobretudo, uma estadia aconchegante.
Com este mesmo conceito o
Lawrence's reabriu em 1999, após ter sido Hospedaria Inglesa, pertença do Sr.
Duran (1850); foi depois vendida ao Sr. Miguel Gallway, que aumentou o edifício
e alugou uma parte ao Sr. Álvaro Simões para ser usada como pastelaria, onde se
fabricaram os primeiros pastéis de feijão (1900); em 1935 foi comprada por uma
Sra. Checoslovaca - Maria Janavcova - que abre o Hotel em 1949 como Estalagem
dos Cavaleiros; em 1961 é encerrada; em 1969 é vendida ao Sr. Guedes Hare para
reabrir como Hotel mas a obra é embargada. Em 1989 é adquirida pela Família
Holandesa Bos e reerguida até à presente data, 235 anos depois, para mais uma
vez se chamar Lawrence's.
"O famoso hotel" ou
"A velha Lawrence´s" (como é citado por Eça mormente em os Maias), na
sua construção setecentista, de estrutura modesta e "fachada banal",
mas que, todavia, encantava de imediato o observador: "-Tem o ar mais
simpático-", persiste ainda hoje com o seu característico ambiente
acolhedor. (In Sintra Revisited).
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
O sofá
The dying swan (Saint-Saens) - Yo-Yo Ma
***
O meu velho sofá está na última etapa da sua vida
Antes transmitia-me um conforto sumptuoso
Hoje está com a pele gasta e as suas molas incomodam
Sentado no velho sofá continuo a passar pela paisagem em
volta
Como quem conduz um teletransporte pessoal e
intransmissível
No qual me confundo e ao mesmo tempo me leva pela estrada
Percebo que antes era eu que encontrava os caminhos
Agora são novos percursos que me encontram
Assisto então ao rebobinar de tudo o que vivi, fiz e não
fiz
E no fim do meu dia sento-me em frente de um
campo verdejante
Num “great finale” oiço os acordes de uma
última melodia
Com uma lagoa ao fundo passam “the credits ending lines”
Num filme onde me reconheço num Passado que é Presente
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Over the stone
Pedra altar
Pensamento imóvel
Segredos adormecidos
Silêncios antigos
Segredos adormecidos
Silêncios antigos
Pedra que espera
Que um sonho pouse
Como um anjo a sorrir
Dando sentido
Aos meus braços abertos
Desde o início
Encontro com o monolito - Odisseia no Espaço (banda sonora)
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Going home
Like a figure from an ancient Japanese folding screen
the spirit of a bird melts with earth - giving it new life
Now will belong to the world of no place and no time
the spirit of a bird melts with earth - giving it new life
Now will belong to the world of no place and no time
Life and Death -
Rumi
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Sapal
Detalhes do Sapal característico das margens da Lagoa de Óbidos. Braço do Bom Sucesso.
***
***
Sempre que pego na máquina fotográfica e debando até à Lagoa de Óbidos penso que depois de tantas imagens colhidas ao longo de mais de 4 anos - não vou fotografar nada de novo e que mereça interesse.
No entanto depois de percorrer durante algum tempo as suas margens surge (para meu espanto) algo de inusitado: cores, ambientes ou elementos que afinal não tinha descoberto ainda. Penso que devo ter muita sorte em deparar-me com esses novos cenários. Porque é como se as imagens viessem antes ao meu encontro e a Lagoa já me esperasse vestindo-se diariamente sempre com novos cambiantes de luz, contrastes e de tons. Então, perante as águas da Lagoa, acontecem momentos mágicos feitos de uma cumplicidade especial que nunca julguei poder existir e que tento registar em fotografia.
Slide Swamp Blues
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