The Rain - Melody Gardot
sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
A Morte na Mata
Morreu um dos seres vivos mais
importante das Caldas da Rainha. Ao passar pela Mata constatei com tristeza que
uma das 3 mais importantes árvores da Mata Rainha D. Leonor – um carvalho
adulto com cerca de 400 anos tombou com os ventos de Janeiro (recordo que aqui
fizemos eco que neste mesmo mês mas em 2013 e em 2014 caíram (no total) mais de
mil árvores na Mata e no Parque das Caldas da Rainha). Pertencia a uma fase
inicial da Mata das Caldas da Rainha da responsabilidade dos provedores do séc.
XVI. Ficamos com ideia, dada a abundância desta espécie na Mata, que houve
intenção de a privilegiar talvez devido às referências da sua ligação ao
Sagrado.
Tinha mais de 25m de altura e
uma copa muito larga, destacando-se o diâmetro do seu tronco - muito superior
ao dos outros carvalhos em volta. Deveria talvez ter sido escorada evitando o peso
excessivo de alguns dos seus ramos – tal como tem sido feito noutros locais com
maior sensibilidade (Frades, Calvo no Minho). Note-se que os carvalhos podem
atingir mais de 800 anos de idade. Os japoneses têm um provérbio que diz que o
"carvalho leva 300 anos a crescer, 300 anos a manter-se adulto e 300 anos
a morrer".
Como o M. Saúde diz que não
tem vocação e aparentemente deixou de cuidar adequadamente da Mata e do Parque
e como a Câmara ainda não tem a responsabilidade de os administrar - ficamos
num limbo em que aqueles espaços se vão degradando sem ninguém intervir como
seria desejável. Poderia haver um protocolo para assegurar os cuidados
necessários por entidade idónea enquanto se verifica esta situação. Cada vez é
mais premente saber quem cuida do Parque e da Mata enquanto a Câmara não toma
posse destes espaços. Por quanto mais tempo vamos assistir a esta delapidação
patrimonial? Será que no futuro a Mata será um espaço sem árvores?
Perdeu-se um tesouro
patrimonial e um ser vivo excepcional que assistiu, praticamente, a toda a
história desta terra.
Morreu de braços erguidos para o céu...
sábado, 24 de janeiro de 2015
Mestre José Santa-Bárbara.
José Santa-Bárbara (JSB) é
um artista plástico de craveira nacional que é oriundo das Caldas da Rainha.
A Cidade das Artes, como também é denominada, tem sido berço de grandes nomes
no panorama das Artes plásticas portuguesas. Malhoa, António Duarte e João
Fragoso nasceram nesta cidade e Bordalo Pinheiro e Ferreira da Silva (ambos
ceramistas) escolheram as Caldas como sua terra adoptiva.
JSB nasceu em 28 de Outubro de
1936. Foi aluno de Abel Manta e fez os cursos de Cerâmica e de
escultura. Foi bolseiro da F. Gulbenkian ara
realização de levantamento de equipamento urbano a nível Nacional (1962-64).
Professor do ensino técnico e secundário (1960-64) trabalhou nos seguinte projectos: fábrica de loiça de esmalte Águia, Porto
(1964-66); monumento ao poeta João de Barros (1967-68); ICESA, indústria de pré-fabricação
pesada, onde faz design de equipamento urbano e de interiores (1968-74); núcleo
de Arte e de Arquitectura Industrial do INII (1970-71); organização da exposição
na Casa de Serralves Design para a cidade: situações, artefactos e ideias, Porto, 1991;
intervenções plásticas nas estações de Entre Campos (1994) e Sª Apolónia do Metropolitano de Lisboa; intervenções plásticas nas estações
ferroviárias do Pragal (1998), Entre Campos (fachada sul; 1998) e Rossio, entre outras.
A partir de 1971 e durante
mais de trinta anos é responsável pelo Gabinete de Design da CP podendo destacar-se, por exemplo, a
concepção do logotipo da empresa ou o design dos interiores e exteriores das
automotoras (1990-94). Este projeto,
que constituiu a primeira grande experiência de design levada a cabo em
material circulante ferroviário em Portugal,
teve um considerável sucesso, tendo sido premiado com um prémio nacional de
design a com o prémio especial do júri do European Community Design
Prize (o primeiro prémio internacional de design recebido por uma
companhia portuguesa).
Autor multifacetado,
Santa-Bárbara tem-se dedicado a múltiplas áreas e actividades: design gráfico
(arranjo gráfico de livros e outras publicações; capas de discos, nomeadamente
de José Afonso; símbolos, etc.); design de
equipamento urbano, interiores e mobiliário; design industrial; desenho,
pintura, cerâmica (azulejo), gravura, ilustração; escultura, medalhística.
Realizou as primeiras
exposições individuais em 1964 (Galeria Divulgação, Porto; Galeria 111,
Lisboa). Depois de um longo interregno, intensificou a prática da pintura e
voltou a expor individualmente com regularidade a partir de 1996. Participou em
inúmeras mostras colectivas, de que podem destacar-se: Exposições gerais da SNBA Lisboa (1953, 1954,
1955, 1956); 50 Artistas independentes SNBA, 1959; 1ª
Exposição de Design Português, FIL, Lisboa, 1970; 20 Anos da Gravura,
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1976; Design Lisboa 94, CCB, Lisboa,
1994; Exposição dos Galardoados com o Prémio Nacional de Design, Centro
Português de Design, Lisboa, 1994; etc.
Recebeu as seguintes distinções:
Medalha de Mérito Municipal-1.º Grau Ouro, Câmara Municipal de Sintra (2005);
Medalha de Mérito-Grau Ouro, pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha (2009).
Fonte: Wikipedia
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
A Claridade da Alma
António Rosa vendedor no Mercado das Caldas da Rainha.
Pretende-se fazer simultaneamente recolha e homenagem às Pessoas.
A Praça tem uma enorme importância (e mais-valia) histórica e uma originalidade que advém da sua cobertura celeste. Mas a Praça não se faz apenas com o empedrado do tabuleiro e com a pontualidade do céu aberto.
Faz-se também com as Pessoas.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
domingo, 18 de janeiro de 2015
Depois da Fotografia
Esta imagem simples, apesar de
não ter impacto imediato no Presente pode ter significado algures no Futuro, em
análise retrospectiva. Um Futuro depois da Fotografia tal como a conhecemos
hoje. Trata-se de uma cena com que nos deparamos cada vez nas sociedades de
hoje, mas suscitou-me a seguinte reflexão sobre o Social, a Fotografia e o
Futuro:
A imagem fotográfica e a sua
evolução constante moldaram a nossa experiência da realidade – narrando o mundo
em mudança e gravando a sua diversidade para melhor nos ajudar a entendê-lo.
Ao longo das últimas duas
décadas, com o mundo cada vez mais voltado para as imagens digitais,
acentuaram-se simultaneamente três tendências fundamentais - potenciando-se
reciprocamente.
1 - São cada vez mais as
pessoas que não praticam a fotografia como uma arte. Em vez disso (como
previsto por Susan Sontag) a fotografia tornou-se um utilitário cultural num
mundo onde aumentou a insaciabilidade do olho que fotografa. A sua difusão
cresceu, mormente nas redes sociais onde as pessoas precisam de ver confirmada
a sua visão da realidade por meio de fotografias - num crescente consumismo
estético – e onde proliferam as “selfies” nos mais diversos contextos do
dia-a-dia de cada um, propiciando cada vez mais o seu aproveitamento por
terceiros – bem como por eventuais mecanismos de controlo.
2 – A fotografia social tem
evoluído, com a ajuda das novas tecnologias, para um novo paradigma: As pessoas
envolvidas nas situações tendem a surgir como os seus próprios fotógrafos –
registando os eventos com maior verdade. Um amador beneficiando do conhecimento
prévio da cultura, do lugar e das pessoas, está em melhores condições para
transmitir em imagens as entrelinhas do tecido social onde se insere. Um
fotógrafo profissional, mas forasteiro, terá à partida maior dificuldade em
integrar-se e ser aceite pela mesma comunidade. O grau de confiança e do à
vontade da comunidade perante os dois tipos de fotógrafos é bem diferente. Em
geral um fotógrafo profissional tem também tendência em enfatizar os aspectos
mais dramáticos na procura de imagens com maior impacto mediático. No entanto
as pessoas estão a mudar o seu modo de reagir ao fotojornalismo da desgraça. Já
quase nada espanta neste campo. A atenção centra-se mais nas surpresas e nas
emoções do dia-a-dia da comunidade.
São exemplos as imagens na
década de 1990 durante o genocídio no Ruanda (onde surge a foto fabulosa de
Gadi no Mercado colhida por Jacqueline com apenas 8 anos) ou as feitas por
civis, em 2004, no Iraque.
3 – As máquinas fotográficas
tendem a ser cada vez mais pequenas – de modo a caberem num bolso – e com
capacidade para colherem imagens com qualidade crescente. Os caminhos do futuro
apontam para máquinas do tamanho de smartphones (eventualmente integradas
nestes) mas capazes de produzir imagens com a mesma ou maior qualidade das
actuais topo de gama (SLRs ou médio formato) e com menor complexidade de
funcionamento.
Com estas tendências a
acentuarem-se o nosso raciocínio voa na aventura da previsão onde não custa
admitir que no futuro, depois da fotografia tal como a conhecemos hoje, todos
teremos mini camaras digitais de “apontar e clicar” ligadas às redes sociais e
ou a organizações governamentais que controlarão o processamento das imagens e a
difusão de um novo mundo digital. Como bom selvagem e lembrando-me do Admirável
Mundo Novo do Aldous Huxley – vou agarrar já na minha máquina SLR e vou lá para
fora fotografar enquanto é possível fazê-lo como num passado recente em vias de
extinção.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
sábado, 10 de janeiro de 2015
Sobre o tamanho do Silêncio
Encontramos a
praia deserta. Com os olhares fugidios,
ensaiamos alguma
conversa de mistérios abertos
na seriedade do
momento musicado pelas ondas do mar
e pelos gritos das
gaivotas tristes, mas brancas.
O silêncio está
sempre ocupado, mesmo quando não há palavras;
portanto, as
reticências podem prolongar-se em suspiro longo,
os pontos finais
deitar-se ao abandono do ar fresco.
A manhã parece
cheia de vazios repletos de sensações
e as palavras vão
ganhando agilidade, ritmo, alguma emoção,
enquanto os
silêncios de mar calam brisas ainda húmidas.
As gaivotas
alinham-se agora, sentadas na areia molhada,
enquanto batem os
corações que as olham, descompassados.
Sentimos o ar tão
quente, que queremos ter asas também,
voar contra o
vento de penas leves em desalinho.
Enterramos longe
as pesadas penas de ontem.
Ainda há pouco o
tempo parou em todos os relógios.
E nós deixámos.
(Isabel Solano)
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
domingo, 4 de janeiro de 2015
Manhã no Parque
Passeio no Parque D. Carlos I em Caldas da Rainha (espaço da antiga Orbitur)
*
*
O tempo nos
parques é íntimo, inadiável, imparticipante, imarcescível.
Medita nas altas frondes, na última palma da palmeira
Na grande pedra intacta, o tempo nos parques.
O tempo nos parques cisma no olhar cego dos lagos
Dorme nas furnas, isola-se nos quiosques
Oculta-se no torso muscular dos fícus, o tempo nos parques.
O tempo nos parques gera o silêncio do piar dos pássaros
Do passar dos passos, da cor que se move ao longe.
É alto, antigo, presciente o tempo nos parques
É incorruptível; o prenúncio de uma aragem
A agonia de uma folha, o abrir-se de uma flor
Deixam um frêmito no espaço do tempo nos parques.
O tempo nos parques envolve de redomas invisíveis
Os que se amam; eterniza os anseios, petrifica
Os gestos, anestesia os sonhos, o tempo nos parques.
Nos homens dormentes, nas pontes que fogem, na franja
Dos chorões, na cúpula azul o tempo perdura
Nos parques; e a pequenina cutia surpreende
A imobilidade anterior desse tempo no mundo
Porque imóvel, elementar, autêntico, profundo
É o tempo nos parques.
(Vinicius de Moraes)
Medita nas altas frondes, na última palma da palmeira
Na grande pedra intacta, o tempo nos parques.
O tempo nos parques cisma no olhar cego dos lagos
Dorme nas furnas, isola-se nos quiosques
Oculta-se no torso muscular dos fícus, o tempo nos parques.
O tempo nos parques gera o silêncio do piar dos pássaros
Do passar dos passos, da cor que se move ao longe.
É alto, antigo, presciente o tempo nos parques
É incorruptível; o prenúncio de uma aragem
A agonia de uma folha, o abrir-se de uma flor
Deixam um frêmito no espaço do tempo nos parques.
O tempo nos parques envolve de redomas invisíveis
Os que se amam; eterniza os anseios, petrifica
Os gestos, anestesia os sonhos, o tempo nos parques.
Nos homens dormentes, nas pontes que fogem, na franja
Dos chorões, na cúpula azul o tempo perdura
Nos parques; e a pequenina cutia surpreende
A imobilidade anterior desse tempo no mundo
Porque imóvel, elementar, autêntico, profundo
É o tempo nos parques.
(Vinicius de Moraes)
sábado, 3 de janeiro de 2015
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
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