A propósito de estruturas
aberrantes semeadas por muitas das nossas praias hoje
trago uma imponente cabine com duche e publicidade que registei, na Foz do
Arelho, por entre pavilhões de plástico, legos gigantescos e palcos com gente a
dançar animada pelo som tonitruante de megafones. Acresce que ostenta a palavra
"naturalmente" numa situação que tem pouco a ver com a Natureza. De
facto a praia já não é um lugar em que se ouve o marulhar das ondas e o pio das
gaivotas e onde pairava uma serenidade que convidava à meditação e nos
reconfortava.
No meio desta alienação
lembrei-me, a propósito desta espécie de cápsula, de Jorge Luís Borges e do seu
livro seminal: Ficções. E surgiram estas palavras:
Uma Cápsula do
Tempo
Numa praia perto de si
Como se esperasse por alguém
Que poderá desaparecer no seu interior
Teletransporte onde tudo parte e chega
Comunicando Universos diferentes
Convergentes, divergentes, paralelos
Um Tempo livre de relógios
Lentamente vamos depressa
Soltos num Tempo multíplice
Cada Presente tem vários Futuros
Uma quantidade espantosa de realidades
O ponto de chegada será sempre o de partida
O Nada
O Nada que é a imagem de tudo e todos
De mãos dadas
Reflectida no espelho do Infinito
Numa praia perto de si
Como se esperasse por alguém
Que poderá desaparecer no seu interior
Teletransporte onde tudo parte e chega
Comunicando Universos diferentes
Convergentes, divergentes, paralelos
Um Tempo livre de relógios
Lentamente vamos depressa
Soltos num Tempo multíplice
Cada Presente tem vários Futuros
Uma quantidade espantosa de realidades
O ponto de chegada será sempre o de partida
O Nada
O Nada que é a imagem de tudo e todos
De mãos dadas
Reflectida no espelho do Infinito
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