quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A "Aberta" da praia da Foz do Arelho

Aviso na zona norte do areal da praia da Foz do Arelho, em 6 de Janeiro de 2010, observando-se, ao fundo, a "Aberta" ampliada pelo mar
-
"Aberta" assaltada" e alargada, em 6 de Janeiro de 2010, pelas ondas, observando-se ao fundo o rochedo/falésia denominado "Gronho". -
Lagoa de Óbidos na transição dos séculos XIX/XX, observando-se nadador no local hoje ocupado pela Avenida do Mar.


Ocean - Stephan Micus

A propósito ainda da praia da Foz do Arelho, como se sabe, desde há muitos anos, o homem tem lutado pela manutenção da comunicação (a “Aberta”) entre a Lagoa de Óbidos e o mar, retirando frequentemente areia da zona da “Aberta” porque esta tinha tendência a fechar devido à quantidade de areia catapultada pelo mar. Tentava-se evitar o isolamento das águas da lagoa, e a consequente desaparecimento da fauna que a habita por deficiência de oxigenação da água. Há uns anos atrás os especialistas diagnosticaram que a evolução natural seria o assoreamento e desaparecimento natural da maior lagoa do País. Em consequência fizeram-se intervenções no mar e na lagoa tentando contrariar esse fenómeno. Porém e de imprevisto as correntes marítimas começaram a mudar e já durante o ano passado a aberta estabelecia um novo trajecto, quase a meio da praia (antes a comunicação fazia-se junto à falésia do “Gronho” no extremo sul do areal). Inesperadamente, durante o temporal, do dia 5 de Janeiro de 2010, a força das ondas ampliou ainda mais para Norte quer a “Aberta” quer a zona que lhe é contígua da lagoa, diminuindo substancialmente o areal do lado da Foz do Arelho. A agitação das ondas empurrou enormes quantidades de areia formando-se uma pequena zona mais elevada paralela à Avenida do Mar (que ficou aliás coberta de areia em algumas zonas) e destruindo inclusive o ridículo barco de madeira “de brincar” (ver o meu “post” de 5 de Dezembro de 2009). Tratando-se da maior lagoa do país e da possibilidade de desaparecimento do areal a norte da aberta (a zona que é em geral frequentada pelos veraneantes) junto algumas fotos da “reportagem” que fiz, bem como uma imagem muito curiosa da lagoa na transição dos séculos XIX/XX (obtida de uma estereotipia da altura) que mostra que há cerca de 100 anos nadava-se sobre a área da actual Avenida do mar – ou seja a lagoa era ainda mais ampla do que hoje. Mais uma vez assistimos ao confronto entre a Natureza e o Homem.

3 comentários:

Anabela disse...

Respira-se serenidade neste blog
devo confessar que serenidade é a única coisa que invejo
fez-me um imenso bem voar por aqui hoje
Serena noite

VT disse...

Muito obrigado Anabela, pela simpatia, seja benvinda (é a 1ª vez que aqui comenta) e volte a voar muitas vezes no Heavenly.
Bem haja
VT

Anónimo disse...

Há 18 anos atras e durante 4 anos consecutivos, a Lagoa foi meu espaço de férias, entre pinhal e mar, zona d'Aberta, misturavam-se os cheiros de maresia e pinho..., pelas fotos que vi, tudo parece estar fisicamente muito diferente,(lei da Vida!!) mas mantera concerteza ainada seu natural encanto, principalmente ao entardecer...uma vez mais obrigada pelos "momentos" partilhados, fica a nostalgia...
AC