A chuva escreve a paisagem impressionista da minha tarde na vidraça do pensamento numa intimidade silenciosa como se escutasse ainda os sonhos da adolescência ao ritmo das gotas a escorrerem pela janela da saudade
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Rhythm Of the Rain (1962/63 original version) - The Cascades
7 comentários:
Sublime!
IM
...gosto do aspecto desfocado, que a chuva dá ao bater e escorrer na vidraça,.., desde criança, lembro de ficar a observar o fenómeno sem nunca perceber muito bem,...,( na tentativa de ver melhor aproximava-me, quase me colava ao vidro e aí acontecia a névoa branca opaca no resultado da respiração, que logo era aproveitada para desenhos e novas experimentações.......), se calhar e não por acaso, um pouco o que acontece com as lembranças/saudades - "desfocadas" por um "tempo", que sabe sempre bem de alguma forma "buscar",...........
....., na foto parece-me ver um pinheiro enfeitado rodeado de "presentes" embrulhados em côr, fazendo lembrar épocas festivas onde a familia e todos os afectos teem lugar....,(...)...
Parabens pela excelência das associações feitas ( o texto criado e a melodia escolhida - uma "Delícia" - ).
Abraço
AC
Vejo com nitidez as imagens da minha infância quando a chuva caía nas ruas da minha terra natal. Imagens de crianças que corriam felizes para banhar-se na doce água que embelezava num instante em "verde que te quiero verde" a terra ressequida e que nós festejávamos aos risos em banhos debaixo das bicas que se formavam a partir dos telhados já preparados para esta festa ruidosa. Vejo ainda os adultos que não resistiam a juntar-se-nos, como o meu pai que ria feliz da vida saltando connosco e que depois, quando era inevitável regressarmos para dentro de casa, ia encher um jarro com água da chuva e lhe juntava jasmins, que nos deitava em seguida nas nossas cabeças para nos perfumar com a benção da chuva e da natureza.
E bem nítida é esta imagem minimalista, que mostra a beleza do pormenor da vidraça e das gotas escorrendo em catadupa de cima abaixo e revela as plantas lá fora, em miríade de cores claras e escuras, em ritmo cadenciado que a melodia sugestiva empresta. Um breve trovão que respira no início e a música desperta docemente a intimidade que esta janela da saudade me trouxe.
Parabéns, Vasco, por esta foto tão criativa e pela sensibilidade que emprestas aos que aqui vêm admirar estas autênticas obras de arte!
Wonderful - and a beautiful blog as well !!
John Gummoe, um dos membros do grupo, compôs esta canção para os Cascades, coisa pouco habitual na época (1962). Um arranjo irrepreensível dá-nos uma sensação de frescura e cristalinidade que as vozes servem de forma perfeita.
Ouçam o ritmo da chuva, no som e na imagem.
Obrigado IM pela generosidade.
Obrigado AC pelo elogio e pela bela descrição que faz da sensação que todos nós crianças tínhamos (temos) de sonhar com o nariz encostado ao vidro da janela enquanto lá fora chove.
Obrigado Tina pelas palavras simpáticas e por partilhar momentos tão importantes e preciosos da juventude relacionados com os dias de chuva que reapareceram aquando da publicação deste "post".
Thanks Lasse for your kindness.
Obrigado Sub pelo contributo sempre bem vindo - e que é fruto de quem sabe e se dedica desde há muitas décadas à música.
Bem hajam
VT
belos estes tons. Remete-nos para uma pintura
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