A Piscina da Rainha é considerado o local mais antigo do Hospital Termal Rainha D. Leonor - fazendo parte do seu percurso museológico.
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No dia 24 de Fevereiro de 2012
escreveu-se uma página de História nas Caldas da Rainha quando cerca de 2 mil
pessoas envolveram o conjunto dos Hospitais deste Concelho – num abraço
simbólico. Nunca (nem no 1º de Maio de 1974 nem no 25 de Abril se concentrou tanta
gente nas Caldas da Rainha). Não se deve ignorar este grande exemplo de
Cidadania que não excluiu ninguém e que a todos importa. Foi reconhecido o protagonismo
das Instituições de Saúde que são a Alma e o Coração de toda uma Região. A População disse também que não se deve desbaratar
esta herança - honrando e não apagando ou invertendo mesmo o papel essencial
que o Sector da Saúde representa nesta área geográfica. Todos perceberam que
Caldas da Rainha está perante um dos maiores desafios e encruzilhadas de sempre
e de cujo resultado dependerá a História do seu futuro.
Os munícipes pretendem manter
Cuidados de Saúde adequados que sirvam com segurança cerca de 250 mil
habitantes em redor das Caldas, não perdendo Valências Básicas do Hospital
Distrital, perante a actual reestruturação em curso, no Ministério da Saúde, agregando o Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) ao H. Torres Vedras.
O Ministério da Saúde
espera poupar 27,5 milhões de euros com a reestruturação de serviços nos
hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, afinal uma opção
aparentemente centrada unicamente em critérios economicistas e que não resultam,
a nosso ver, em ganhos de eficiência bem como no acesso aos cuidados de saúde
por parte das populações.
Não se trata de juntar o Oeste
Norte com o Oeste Sul como tem sido anunciado. O Oeste Sul deixou de existir,
de facto, em termos de Saúde. Os Concelhos de Mafra, Sobral de Monte Agraço e o sul de T.
Vedras drenam actualmente para o novo Hospital de Loures, e o norte do Cadaval e
Lourinhã já são atendidos desde há muito pelo
Hospital das Caldas. Ou seja pretende-se antes juntar o H de T. Vedras (o H. J.
M. Antunes que estava integrado no C. H. T. Vedras, também deixará de existir e
os respectivos doentes irão para o H Pulido Valente) servindo parte do próprio
Concelho com cerca de 79 mil habitantes com o Oeste Norte que serve hoje quase
300 mil habitantes – com o H. das Caldas ficando no centro geográfico da região
na qual se prende criar um único, e eventual, futuro Centro Hospitalar, sem se
saber sequer qual o incremento
de custos em transportes entre os 2 hospitais e entre estes e os Hospitais
Centrais bem como se é possível (e não é) atender toda a população equacionada nas estruturas e camas previstas na proposta apresentada em Fevereiro pela ARS de LVTejo - mormente cirúrgicas. Esta proposta baseia-se, aliás, em dados retrospectivos (2011) não fazendo análise prospectiva - sobretudo após o início em 2012 de funcionamento do H. Loures.
O
H. T. Vedras a cerca de 15 minutos do H. de Loures terá tendência a ser
progressivamente absorvido por este. E se traçarmos no mapa as áreas de
atracção dos Hospitais de Loures, V. F. Xira, Santarém e Leiria – o que sobra é
uma área com cerca de 250 a 300 mil habitantes constituída pelo norte dos
Concelhos de T. Vedras, pelos Concelhos do Cadaval, Lourinhã Bombarral, Peniche,
Óbidos, Caldas da Rainha; pelo sul dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré e ainda
pela zona mais oriental do Concelho de Rio Maior.
O H. de Torres, após a entrada
em funcionamento, em breve, do Hospital de Vila Franca de Xira, vai ficar ainda com
cada vez menos Utentes, somando-se ao efeito absorvente do Hospital de Loures e
até de Santa Maria. O Hospital das Caldas mantém uma área geográfica intocada - o que poderá estar a ser minimizado devido a uma conjunção de factores que poderão
conduzir a falta de esclarecimento.
Dado que faria mais sentido
articular o H. Torres Vedras a Sul, com Loures, Vila Franca e Santa Maria, porque
não se faz a integração/articulação daquele hospital com o Centro Hospitalar de Lisboa Norte?
Por isso também faz sentido uma Petição Pública que foi elaborada e
assinada por mais de 12 mil cidadãos, a ser entregue na A. República, que pede:
A manutenção das valências existentes no Hospital Distrital das Caldas
da Rainha, nomeadamente as necessárias ao funcionamento da Urgência
médico-cirúrgica (fazendo sentido relembrar
o que refere o Despacho n.º 727 de 2007 sobre Urgências Médico-Cirúrgicas).
A manutenção nas C. Rainha das Valências que se articulam com a
actividade termal, mormente a Reumatologia, a Medicina Física e de Reabilitação
e Otorrinolaringologia. A manutenção do Conselho de Administração do
Centro Hospitalar do Oeste, nas instalações das Caldas da Rainha.
Por outro lado também se
pretendeu sublinhar que Caldas da Rainha iniciou, há mais de 5 séculos, um
percurso de constante aperfeiçoamento de uma estratégia concelhia que sempre
apostou no "cluster" da Saúde.
A ARS LVTejo demonstra
ignorância ainda quando propõe: o “Encerramento
do Hospital Termal Rainha D. Leonor atendendo a que as instituições hospitalares devem centrar a sua
actividade na assistência e prestação de cuidados médicos às populações, o
património do Hospital Termal, Mata, jardim, igrejas, etc) deverá ser cedido,
mediante protocolo de cedência de utilização à Câmara Municipal das Caldas da
Rainha, assim como deve ser equacionada a concessão do Hospital Termal Rainha
D. Leonor a uma unidade de gestão hoteleira que rentabilize o equipamento e o
edifício”.
É uma prova de quem está a decidir em
gabinetes em Lisboa, e nunca veio sequer conhecer o terreno, está longe de
perceber de que se trata: do mais antigo hospital de agudos (com regulamento
próprio) português, da raiz desencadeadora das Misericórdias em Portugal, de
um dos Hospitais Termais mais antigos do Mundo - conferindo o espírito de lugar
a uma região - e com uma Água Mineral de características singulares com
potencial competitivo a nível mundial. Ou seja: desbaratar uma riqueza que é um
bem público. Porque não privatizar também a Torre de Belém e os Jerónimos -
transformando-os em hotéis? Porque não ser coerente e propor que os vários
jardins integrados nos restantes Hospitais públicos (Coimbra é exemplo) passem também
a ser atribuídos às respectivas Câmaras Municipais. De outro modo teremos 2
pesos e 2 medidas.
Trata-se de apagar do mapa 500
anos de História sem se entender que esta região depende de uma estratégia para
o seu desenvolvimento económico e social assente no "espírito de
lugar" representado pelos sucessivos hospitais e que é, simultaneamente,
marca identitária. Desde o legado da Rª D. Leonor vários foram os legados de
sucessivas gerações empenhadas na afirmação e desenvolvimento dos cuidados de
Saúde, privilegiando-se uma estratégia de constante agregação de Património
vocacionada para a Saúde e não a sua desagregação. Não esquecendo que esta
aposta no Sector Saúde está inscrita no Plano de Desenvolvimento do Concelho
por razões também do desenvolvimento económico regional.
Não por acaso a População foi
ao longo dos tempos articulando a actividade económica com o Turismo de Saúde.
Turismo de Saúde que volta a ser uma ideia e um caminho no mundo e sobretudo em
Portugal – com especial vocação - na rota de um “negócio” avaliado,
actualmente, em cerca de 70 mil milhões de euros (Expresso de 25/2/2012).
Sobretudo porque temos serviços de referência e mais baratos do que a grande
parte dos restantes países ocidentais – o que nos coloca numa posição vantajosa
em termos de poder competitivo. Por isso faz sentido que se pondere e enquadre,
no âmbito, do tão desejado desenvolvimento da Economia Nacional –
imprescindível no curto prazo, o planeamento da Saúde na Região Oeste de modo a
não inviabilizar mais tarde aquele caminho. Seria desastroso que a região Oeste,
com especial aptidão neste campo, perdesse um fluxo turístico muito importante,
em consequência do atendimento em termos de Saúde não vir a oferecer,
eventualmente, as garantias necessárias.
10 comentários:
O local dava um óptimo cenário de filme!
Paulo Trancoso
Boa análise.
Jorge Varanda
Excelente imagem: muito boas as texturas e a luz. Gosto imenso.
Ze Luis Silva
Fantastic capture, Vasco ♥
Devi Krishna
A foto está linda e com uma profundidade impressionante, e luz também!
Cristina Ramos Horta
Sublime! Parece um tanque de um templo grego!
Anita Martins
Magnificiência no seu todo...
Miká Penha
Simplesmente maravilhosa esta foto!
Sandra Mineiro
As autênticas caldas da rainha---
Arthur Erre Guê
O significado e valor historico destes elementos é inquestionável!!! o mesmo acontecendo com as caracteristicas terapêuticas destas aguas minerais, carregadas de enxofre, que são uma forma de tratamento e prevenção em diversas areas/especialidades no sector da saúde e bem-estar fisico e psiquicos (...).
A foto dá um pouco a ideia da "riqueza" do espaço - uma especie de capela em talha dourada ..., onde outrora se cumpriram rituais de prazer (...).
Que se fechem definitivamente as "mentes" limitadas deste País que alienadamente deteem o poder corruptivo da distruição ...
Abraço
AC
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