À beira das estradas
Portuguesas vão-se instalando novos paradigmas a merecer narrativa fotográfica.
Assim em vez de belas paisagens naturais surgem cada vez mais negócios da berma
do asfalto. Para além das tradicionais vendas de produtos hortícolas aparecem
padarias ambulantes ao lado de novos agregados populacionais construídos com
epicentro em supermercados ou gasolineiras. São polos de uma nova morfogénese
que nega o conceito clássico de cidade. Ao lado do hipermercado surgem: a
pensão “Nelita”, uma loja de móveis associada a venda de olaria e estatuária
anódina onde não faltam as águias e os leões de pedra (do pai da Nelita),
restaurantes atípicos e cafés de alumínio, vivendas bacocas, etc. Estas
neo-urbanizações funcionais alternam com lixo, bidons, plásticos, poeira e
campos onde o verde vai sendo substituído pela cor da ferrugem de sucata
automóvel. É a geração de um real sem origem tradicional que vai contaminando a
nossa paisagem. Esta imagem mais não é do que o reconhecimento da banalidade em
todo o seu esplendor a balizar os caminhos de Portugal.
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