sábado, 1 de novembro de 2014

A beira da estrada

À beira das estradas Portuguesas vão-se instalando novos paradigmas a merecer narrativa fotográfica. Assim em vez de belas paisagens naturais surgem cada vez mais negócios da berma do asfalto. Para além das tradicionais vendas de produtos hortícolas aparecem padarias ambulantes ao lado de novos agregados populacionais construídos com epicentro em supermercados ou gasolineiras. São polos de uma nova morfogénese que nega o conceito clássico de cidade. Ao lado do hipermercado surgem: a pensão “Nelita”, uma loja de móveis associada a venda de olaria e estatuária anódina onde não faltam as águias e os leões de pedra (do pai da Nelita), restaurantes atípicos e cafés de alumínio, vivendas bacocas, etc. Estas neo-urbanizações funcionais alternam com lixo, bidons, plásticos, poeira e campos onde o verde vai sendo substituído pela cor da ferrugem de sucata automóvel. É a geração de um real sem origem tradicional que vai contaminando a nossa paisagem. Esta imagem mais não é do que o reconhecimento da banalidade em todo o seu esplendor a balizar os caminhos de Portugal.

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