“Este homem transbordante
parece ter sido destinado a trazer até nós o admirável mundo perdido das
aristocracias operárias. Hermínio de Oliveira herdou, e participou, num tempo
em que tipógrafos, chapeleiros, sapateiros, oleiros, etc. se associaram paras
os mais variados fins, humanitários, mutualistas, sindicais, desportivos, de
instrucção. Acreditam e praticam a solidariedade, admiram as almas generosas,
foram tocados pela tradição anticlerical, têm o culto dos heróis cívicos e
ouvem a voz da Pátria, com a qual não recusam admitir que se emocionam.”… “
Hermínio Martins de Oliveira, nascido em 1926, sabe como ninguém colocar-nos em
contacto com esse mundo…”…” A sua loja, mais do que um local de trabalho, é não
só uma relíquia viva duma época irremediavelmente desaparecida, como uma mesa
hospitaleira e calorosa de convívio.”…”Este autodidacta., que ficou órfão de
pai aos 9 anos, acumulou saberes acerca de quase tudo”… “É uma inesgotável
fonte de conhecimentos, que permanentemente nos surpreende…” …” Mas o seu amor
aos livros faz com que muitas vezes oculte a existência de um livro só porque
ainda o não leu…”…” Foi alfaiate, quis ser jornalista, vendeu antiguidades e
tintas, foi vereador depois de Abril e deputado ao tempo do bloco
central.”…”Recusa-se a ganhar dinheiro nos negócios. Tem amigos, não tem
“conhecidos””... “Tem o prazer e a coragem de viver como gosta.”
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