Desde há séculos que a População Portuguesa espera que um salvador da Pátria surja no horizonte envolto em nevoeiro para resolver a eterna crise. Por vezes confunde esse salvador com alguns políticos que nos vão governando – repetindo incessantemente uma miragem criada pela sua própria imaginação sem perceber que o “Desejado” que resolverá a crise (crónica com agudizações) só pode ser o colectivo que somos todos nós. Para isso seria necessário, todo um conjunto de medidas educacionais e pedagógicas tentando mudar a mentalidade dos portugueses – no sentido de se perder cada vez mais o tradicional individualismo – sedimentado pela Inquisição mais duradoura da História, prolongado com o regímen monárquico que se lhe seguiu e agravado com o Estado Novo de Salazar e Caetano. É fundamental a existência de um sentido forte do colectivo. Só em “equipa” coesa – lá chegaremos.
No entanto (e sem prejuízo) poderia adoptar-se uma medida política imediata, motivadora e aglutinadora – aprofundando o tal sentido do colectivo – destinada a alavancar a economia nacional: A criação de um Centro de Investigação sobre Energias Alternativas. Integrando os melhores especialistas (nacionais e estrangeiros) pesquisaria todas formas futuras de energia alternativa (com atenção especial ao mar). Portugal ficaria com privilégios/direitos sobre as eventuais descobertas e a sua comercialização internacional.
Considerando que a independência energética evitaria a actual despesa que ainda é enorme - quer na compra a outros países quer nos custos muito elevados com os actuais sistemas energéticos alternativos.
Considerando ainda que seria fulcral ter o que os outros não têm e precisariam de comprar e que as vendas de produtos (essencial para o futuro dos meios de transporte) resultantes daquele Centro de Investigação trariam um aumento decisivo das exportações – invertendo o deficit estrutural crónico, neste campo, do nosso país.
Considerando, finalmente, que este caminho será inexorável, atento tudo que já se sabe, e antes que seja outro país a adoptar a iniciativa.
8 comentários:
Excelente posicionamento!
Beijos.
O aproveitamento de uma boa imagem para um bom pontapé no Sebastianismo…
Um abraço amigo
João Ramos Franco
O carácter individualista português não conduz a nenhures, na realidade, e deverá ser fomentado o espírito comunitário coeso para lutar pelos interesses nacionais. Devo confessar, contudo, o meu cepticismo face às medidas educacionais que vão sendo sucessivamente anunciadas...
No que respeita à criação de um Centro de Investigação sobre Energias Alternativas, julgo que já será tarde para tal, visto que se tem avançado muito nessa área noutros países, nomeadamente nos nórdicos. Portugal já está comprometido em anunciadas negociações para a criação de um centro ibérico e há técnicos especializados do IST, da Universidade da Beira Interior e de outras entidades que trabalham especificamente na área. E sabendo dos fracos investimentos que se faz em investigação, maior é o meu cepticismo. Infelizmente, acho que já se perdeu a iniciativa nessa área.
"...que resolverá a crise (crónica com agudizações) só pode ser o colectivo que somos todos nós. Para isso seria necessário, todo um conjunto de medidas educacionais e pedagógicas tentando mudar a mentalidade dos portugueses..."(VT).
Este é a meu ver o "busilis" da questão...
Uma Tema como este deveria despertar interesse e reflexão a todos (o tal colectivo), que por aqui passam..., mas lamentavelmente, esta é a atitude mais comoda, a de "ficar a ver", comodamente instalados numa inércia avassaladora. Espera-se sempre que uma resposta venha do "exterior", "alguem", surgirá....e assim continuamos dependentes em quase todas as linhas de orientação politica/económica e social....
Num País com recursos naturais invejaveis, nada se faz, se calhar nada disto acontece por acaso (não estou em actividade persecutória...).
Penso que os sucessivos governos tem grande responsabilidade, ao adoptarem desde sempre o recurso ao crédito e ao individamento, comportamento seguido em espelho pelas familias e respectivas economias domésticas - com resultados escandalosos -......Penso que não há politicos/politicas, á altura da gravidade em que nos encontramos, pelo individualismo e tambem pela "ignorância" geral...
Lembro várias vezes uma citação de um professor de geologia, há mais de 30 anos que dizia: "Portugal é um campo de Nabos á beira-mar, plantado, cuja agricultura varia com a plantação de batatas com Bacalhau...", ora agora nem bacalhau podemos plantar......
É como tudo, enquanto procurarmos nos outros (estrangeiro) as respostas á situação critica em que vivemos, daremos cada vez mais a imagem de grande fragilidade (optima para quem tiver espirito empreendedor e aproveitador...).
Dormimos á sombra de bananeiras, que não temos. Mudar esta mentalidade é um trabalho de grande envergadura que exige atitudes firmes e planeadas...., enquanto isso, os recursos são desaproveitados, a energia das ondas desperdiçada, a energia dos ventos (subaproveitada) e continuamos de espirito macambuzio e com atitudes de "coitadinhos", no individual, claro...., mas temos 10 grandes campos de futebol e isso é muito bom....
Estou critica, sou critica, estou revoltada, pena é que nesta area não possa contribuir (não é da minha formação), no entanto vou tentando contribuir no dia-a-dia..., reconheço com grandes limitações...
Excelente tema, excelente desafio!Excelente fotografia (este nevoeiro, não foi suficientemente provocador...), com uma musica que adoro mas que aqui me parece mais (dadas as circunstancias) uma caminhada sem fio orientador......e aquilo que poderia ser um paraiso, não o é....(o espirito de conquista/procura/descoberta, não existe...
Obrigada
Abraço
AC
...já muitos falaram que um possível escape e futuro para Portugal, seria o mar. O mar (água) e o sol... são as duas maiores fontes que alimentam a natureza, o planeta...enfim, a alma!
Portugal é um país privilegiadamente rico em energias naturais e alternativas, e um pais "energicamente" rico em comiseração e "velhos do Restelo"!
O colectivo estará conformado a ser pedinte ou mão estendida na globalização?
Muito interessante o post...que tudo tem a ver com a beleza das imagens e os conteúdos HEAVENLY.
Bem haja!
Eveniff
Obrigado Teca por concordar; Obrigado João por ajudares no pontapé; Obrigado Tina por todas as informações (embora com algum cepticismo); Obrigado AC pelas reflexões críticas (a música - com ares de epopeia - pretende "ilustrar" o nosso sebastianismo balofo); Obrigado Eveniff pelo tom enérgico e positivo contra os tradicionais velhos do restelo.
Bem hajam
VT
Vasco, deixa-me acrescentar que sou céptica mas não conformista, aliás, sou bem combativa. Já chamei a atenção de um dos tais ténicos do ambiente que carregam no botão de um elevador e, se ele demora, vão carregar noutro... No trabalho estou sempre a desligar o ar condicionado desnecessariamente ligado em locais onde as pessoas não estão, asim como as luzes. Sou o que se chama uma Mafalda ou, pior ainda, uma "chata", pois ninguem compreende que todos podemos fazer um pouco no dia a dia. O problema é que não estou em situação profissional para avançar com planos... e quem está deixa-se comprar pelo capital.
Esta manhã quando sai de casa estava nevoeiro, algo que já não acontecia há muito tempo, e fez-me lembrar esta fotografia! Quis voltar para a rever! Será que é a suavidade que o nevoeiro lhe concede a responsável pelo conforto que evoca??
Belissima!
São
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