quarta-feira, 16 de março de 2011

Crying light


The crying light - Antony and The Johnsons
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Depois de Chernobyl este recente desastre nuclear no Japão - ainda de consequências imprevisíveis - é um alerta importante para que a Humanidade tenha senso e tempo para mudar as suas fontes de energia e repensar uma sociedade de consumo agónica. De notar a grande quantidade destas centrais nos E.U.A. na Europa e no Japão. Espanha tem centrais do mesmo tipo das do Japão. Por coincidência comemoraram-se, há 2 dias, 35 anos da luta em Ferrel contra a instalação de uma central nuclear. A população de Ferrel (Peniche - Portugal) a 15 de Março de 1976, partiu o sino da igreja de tanto badalar e conseguiu pelos seus próprios meios expulsar os trabalhadores do terreno onde iria ser instalada a central nuclear. Em 1978 muitos portugueses rumaram a Ferrel para se manifestarem pela causa anti-nuclear e prestarem homenagem ao povo daquela terra.

3 comentários:

Tina disse...

A população de Ferrel foi um marco na luta contra a energia nuclear em Portugal. Em Espanha, as populações anti-nucleares conseguiram também, nos anos 70, impedir a construção de 10 dos 25 projectos planeados. Até na minha santa terrinha Cabo Verde resistiram ao namoro dos russos para ali instalar uma central nuclear.
O acidente de Fukushima, a 11 de Março, o segundo maior incidente nuclear da história, pois está previsto que ultrapasse a gravidade de Chernobil, ocorrida em 1986, relembra a imprevisibilidade da energia nuclear. Pode ocorrer uma catástrofe ecológica não só para o Japão, como para os países vizinhos.
Esperemos que as autoridades não descurem a reavaliação das unidades que existem em toda a Europa. Na vizinha Espanha, existem 6 centrais nucleares, das quais uma perto de Burgos e outra de Valência, que utilizam a mesma tecnologia que a central de Fukushima, e a de Almaraz, junto ao Tejo e a 100 km da fronteira portuguesa, cujo período de actividade foi prolongado...
De lembrar ainda a perigosidade da gestão de resíduos radioativos, em quantidades assombrosas...

A conjugação das fotos, cuja intenção é lembrar os desertos lunares após catástrofes nucleares, com a voz que parece entoar um lamento, sublinha a dramática realidade que vemos perante os nossos olhos, que devastou a vida de milhares de pessoas no Japão. Um choro que nos comove, numa solidariedade intuitiva com os nossos semelhantes.

Anónimo disse...

"...O ambiente intelectual não fica ileso diante de problemas como a crescente complexidade das relações entre violência,poder e sociedade, e a extensão em
que numerosos países estão expostos a conseqüências nefastas e humilhantes da predatória desigualdade econômica.(...),Walter Benjamin vivia em um contexto que dele exigia observar a temporalidade como agônica. Como sugere a tradição de Hipócrates, a melancolia, que dele muito definiu e por ele foi definida, combina
tristeza e preocupação com o que
virá. Um mal-estar referente ao passado, história de catástrofe e ruína em que os vencidos foram silenciados, e uma inquietação referente ao futuro,(...).Entre um passado de horror e um futuro
que poderia ser ainda pior, a condição melancólica pedia uma reflexão atenta aos movimentos do tempo.(...)".- ("Em um tempo agônico", Jaime Ginzburg, Estudos Avançados - 2007 ).

Um pouco de reflexão sobre a evolução dos Tempos no Tempo..., as grandes alterações e seus efeitos são visiveis e sentidas, parecendo estarmos num Mundo de rapidas mudanças em que a incerteza e a duvida parecem dominar sobre a harmonia e tranquilidade desejadas..., talvez assistamos a necessidade de re-inventar novas formas de ser e estar, (com maior respeito por nós e pela natureza), numa Humanidade em Crise de Valorese e Atitudes, cada vez mais em exercicios de "auto-agressão". Urge pensar e agir diferentemente, numa sociedade dominada por interesses economicistas e consumistas que geram o vazio e o frio, caracteristicos de "seres inanimados"....
Acreditando que a "Luz" se faça sentir e gere "energia positiva", capaz de mudança que levem a uma re-organização e consuquente saída de estar caótico, insustentavel, porque demasiado "toxico"....
Abraço
AC

VT disse...

Obrigado Tina e AC pelo Vosso contributo, informação e reflexões que apoiam, descodificam e completam a "mensagem" contida neste post.
Bem hajam
VT