Uma estação de comboios num
dia de chumbo. As locomotivas parecem extraordinários seres opacos esperando
que algo misterioso aconteça. Desperto para a claridade inesperada de uma
mulher correndo em grande aflição ao lado de uma das carruagens. Ela e eu sem o
tempo a favor. A máquina fotográfica dispara tentando agarrar aquele fragmento de
segundo - irrepetivel. Para onde corre a mulher? Por quem? Para quê? Para dizer
um último adeus a alguém perdido nas sombras do interior da carruagem? Para se
atirar para a frente do comboio? Para apanhar um outro comboio? Que viagem começa?
Para a mulher. Para mim. Para si que me lê.
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