segunda-feira, 17 de maio de 2010

Em 1963 - Uma canção mágica

Foto do autor em 1963

Be My Baby - Ronettes

"Be My Baby" é uma canção mítica publicada em 1963, da autoria de Phil Spector (também produtor) com a colaboração de Jeff Barry e Ellie Greenwich, cantada pelas Ronettes (Veronica Bennett, também conhecida como Ronnie Spector, sua irmã Estelle e a prima Nedra Tailey). Atingiu de imediato o nº2 do US Pop Chart e o nº 4 do UK Record Retailer e do R&B chart. Sendo uma das canções mais célebres e apreciadas, desde essa altura, foi considerada pela revista Rolling Stone como uma das 500 melhores canções de sempre, classificada como a melhor canção Pop de todos os tempos - por uma autoridade como Brian Wilson (dos Beach Boys que em resposta compuseram “Don´t worry baby”) e apresentada por Dick Clark (American Bandstand) como o disco do século (XX). É mais um produto do cesto de Spector - a merecer também muita atenção. Além das Ronnetes colaboraram Hal Blaine na bateria (que é decisiva) e Darlene Love e Sonny e Cher como “backup vocals”. Alvo de múltiplas “covers versions” (Andy Kim, John Lennon, The Lightning Seeds, Blue Oyster Cult, Linda Ronstad e outros) fez parte da banda Sonora dos filmes: “Mean Streets” (1973) de Martin Scorsese e de “Dirty Dancing” (1987). Ninguém fica indiferente à sua magia. Lembro-me que era uma das canções preferidas dos namoros da altura e que a utilizava, durante os bailes de garagem ou organizados em casa de outros adolescentes, para conseguir atrair a atenção “from the girl in my dreams”. Então combinava com um amigo que, coordenado comigo, punha a tocar “Be My Baby” enquanto eu ia entrando na sala do baile – caminhando “softly” e ao ritmo empolgante da bateria (os 10 segundos iniciais são fundamentais) na introdução da música (em crescendo e criando um “suspense” muito especial até “desaguar” numa festa - das vozes do conjunto) em direcção à rapariga por quem estava apaixonado – responsável por um “Síndroma febril indeterminado” que eu apresentava havia algumas semanas. Havia um magnetismo especial no ar e sentia que era como se fosse transportado sobre uma nuvem em direcção à “nuvem” dela que convergia também para minha ("Heavenly" of course). No centro da sala de baile, os pés flutuando alguns centímetros acima do chão encontrávamo-nos e enlaçávamo-nos – com uma cintilação mágica nos olhos – ao som de “Be My Baby”. Isso mesmo. Uma cintilação mágica. E garanto que nada vale a pena sem cintilação mágica. Experimente agora. Faça novamente “Play” na barra da música, feche os olhos… imagine e vá… Quando os abrir de novo estarão certamente a cintilar.

9 comentários:

Cleópatra MP disse...

Mágico, de facto!

Eu nasci precisamente 10 anos depois, mas às vezes lamento não ter sido adolescente na década de 60...
se bem que nos anos 80 também experimentei belos momentos de magia!! Mas pelos relatos que tenho o prazer de ouvir muitas vezes, os anos 60 foram muito interessantes. ;-)

Um abraço.

Anónimo disse...

Sim, Canção Mágica numa época Mágica...., as decadas de 60/70, com a maior produção e impacto musical do séc. XX ( para mim). Se lermos com atenção o texto "informativo", em forma de Historia, percebemos facilmente que a "magia" estava na forma ( +/- elaborada ) que "descobriamos" para mostrar os sentimentos. Nessa época talvez a vida fosse mais Genuina, Simples e Pura, com mais Sentido e Sentimentos e por isso talvez muito "Contagiante"...em que todo o Corpo era expressão....e os olhos e o som, canais mágicos, previlegiados de comunicação...., onde aconteciam o prazer da descoberta e da conquista.

Quem teve o Previlégio de Viver estes momentos foi-lhe naturalmente "impresso" o "cunho" da sensibilidade na vida e para a vida....., em qualquer área, uma especie de Imunidade á Frieza (digo eu).

Confesso que não resisti ao meu "pé de dança",..., :-). Foi Bom.
Na foto, a cintilação mágica do olhar ( cintilação=sentimento).
Parabens pela conjugação, bem conseguida ( como alias, já nos habituamos).
Nota: (Interessante, penssarmos nas crises e convulções politicas e sociais que marcaram estes períodos..., a Arte ( criatividade )será mesmo o melhor "alimento" para a "alma"
Abraço
AC

Anónimo disse...

E...Viva la Vida!!!

I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning and I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy's eyes
Listen as the crowd would sing
"Now the old king is dead! Long live the king!"

One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field

For some reason I can't explain
Once you go there was never
Never an honest word
That was when I ruled the world

It was the wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in
Shattered windows and the sound of drums
People couldn't believe what I'd become

Revolutionaries wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field

For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world

Com a magia do seu post, com "os pés flutuando alguns centímetros acima do chão"...
Viva la Vida!!!
"Heavenly" of course...

MV

ana p disse...

Tão giro....
Bj

Luz Santos disse...

Parabéns pelo retrato... e pelo rapaz que nele está... e pelo que é hoje.
A Luz A Sombra

VT disse...

Mil cintilações de agradecimento a Cleópatra, AC, MV, Magnólia e a Luz A Sombra por terem iluminado mais este post - que foi dos mais frequentados do blogue.
Bem hajam
VT

Ariane disse...

É como um conto de fadas...!
Belo... muito Belo!

VT disse...

Obrigado Irina pela simpatia da sua intervenção.
Bem haja
VT

Maria Virgínia Machado disse...

Gostei do retrato, giro o jovem que está nele e que com a ajuda da música me pôs a sonhar. Obrigada por ser quem é e partilhar estas maravilhas connosco.