Páro compulsivamente. A esquina assim o exigiu. Foi o azul, uma das que mais me lembra o mar e o céu da minha terra, que me atraiu o olhar? Ou o branco e o negro, cores das quais nascem as outras do arco-íris? Ah, mas a composição no seu conjunto é expressiva, irresistível. A esquina estava à minha espera, exigindo que eu parasse e a tocasse, sentindo a textura da parede cuja rugosidade foi amaciada pela pintura. Sinto-me na pele do pintor que expressou nesta composição a sua alegria de viver em tons vivos. E os sons do trompete acompanham-me enquanto, relutantemente, me afasto. Há esquinas assim: fazem-me parar e falam comigo. Com música! Um mistério perfeitamente assimilável por todos os que sabem parar e ver.
...o abstracionismo tem destas coisas, ou não se consegue "ver" quase nada (para alem do explicito), ou se consegue "ver" muito alem e então corremos o risco de nos "perdermos" nas 1001 possibilidades de leitura.....
Influenciada pela Gestalt (noções de figura/fundo), saltou-me de imediato uma decomposição das 3 partes da imagem, tricolor, assim como a sua natural assimetria, em que num jogo de afastamento e aproximação das "peças" encontro um "ponto" de junção (da linha vertical com o traço superior ondulante, semi obliquo)...., em que a côr branca, é dominante, emprestando ao conjunto uma "clareza"/"luminosidade" máxima, apesar de todas as assimetrias visiveis.
Vista de longe a imagem poderar ser de um "rosto", uma estrutura anatomica, mas se rodada a imagem, muitas outras "figuras" poderão surgir..., as analogias são várias, onde a ideia de "volume"/de "proporção", são fundamentais, ( a anlogia é a linguagem por excelencia do simbolismo, sendo este a fonte de todas as obras de arte desde a antiguidade, é um "poder" "ler" o "subjacente" a expressão do "oculto"...)
Parabens pela Criatividade na captação (escolha) da imagem e por esta "LUZ" (e ausencia de LUZ transmitida pela cor quase preta, em jeito de "cortina" semi transparente). Gosto particularmente do pormenor dos "retoques" dados no lado superior esquerdo da imagem (lembrando pinturas rupestres). A sensação de Paz/Calmia espirituais foram sentidas juntamente a beleza sonora do acompanhamento escolhido....e isto não é tarefa facil.... Obrigada Abraço AC
Obrigado Cristina, Tina e AC pelos comentários simpáticos e muito interessantes. Actualmente há de facto muitos fotógrafos produzindo imagens numa corrente abstracta e "minimalista". A Arte Abstracta evoluiu desde o início do século passado, em busca de um "purismo" absoluto - mais próximo dos espíritos, até formas de fusão e hibrídas mais recentes e nas quais a fotografia tem tido uma palavra a dizer. Bem hajam VT
4 comentários:
Sinfonia a azul, com musica apropriada.
Muito nostálgico, como o tempo.
bjs Vasco
Páro compulsivamente. A esquina assim o exigiu. Foi o azul, uma das que mais me lembra o mar e o céu da minha terra, que me atraiu o olhar? Ou o branco e o negro, cores das quais nascem as outras do arco-íris? Ah, mas a composição no seu conjunto é expressiva, irresistível. A esquina estava à minha espera, exigindo que eu parasse e a tocasse, sentindo a textura da parede cuja rugosidade foi amaciada pela pintura. Sinto-me na pele do pintor que expressou nesta composição a sua alegria de viver em tons vivos. E os sons do trompete acompanham-me enquanto, relutantemente, me afasto. Há esquinas assim: fazem-me parar e falam comigo. Com música! Um mistério perfeitamente assimilável por todos os que sabem parar e ver.
...o abstracionismo tem destas coisas, ou não se consegue "ver" quase nada (para alem do explicito), ou se consegue "ver" muito alem e então corremos o risco de nos "perdermos" nas 1001 possibilidades de leitura.....
Influenciada pela Gestalt (noções de figura/fundo), saltou-me de imediato uma decomposição das 3 partes da imagem, tricolor, assim como a sua natural assimetria, em que num jogo de afastamento e aproximação das "peças" encontro um "ponto" de junção (da linha vertical com o traço superior ondulante, semi obliquo)...., em que a côr branca, é dominante, emprestando ao conjunto uma "clareza"/"luminosidade" máxima, apesar de todas as assimetrias visiveis.
Vista de longe a imagem poderar ser de um "rosto", uma estrutura anatomica, mas se rodada a imagem, muitas outras "figuras" poderão surgir..., as analogias são várias, onde a ideia de "volume"/de "proporção", são fundamentais, ( a anlogia é a linguagem por excelencia do simbolismo, sendo este a fonte de todas as obras de arte desde a antiguidade, é um "poder" "ler" o "subjacente" a expressão do "oculto"...)
Parabens pela Criatividade na captação (escolha) da imagem e por esta "LUZ" (e ausencia de LUZ transmitida pela cor quase preta, em jeito de "cortina" semi transparente).
Gosto particularmente do pormenor dos "retoques" dados no lado superior esquerdo da imagem (lembrando pinturas rupestres).
A sensação de Paz/Calmia espirituais foram sentidas juntamente a beleza sonora do acompanhamento escolhido....e isto não é tarefa facil....
Obrigada
Abraço
AC
Obrigado Cristina, Tina e AC pelos comentários simpáticos e muito interessantes. Actualmente há de facto muitos fotógrafos produzindo imagens numa corrente abstracta e "minimalista". A Arte Abstracta evoluiu desde o início do século passado, em busca de um "purismo" absoluto - mais próximo dos espíritos, até formas de fusão e hibrídas mais recentes e nas quais a fotografia tem tido uma palavra a dizer.
Bem hajam
VT
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