Hospital Termal Rainha D. Leonor/ Igreja de Nª Sra. do Pópulo
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Meditation - Edward Artemiev
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Nos fins do século XV, em consequência da construção de um balneário termal (caldas de Óbidos), mais tarde Hospital Termal Rainha D. Leonor, nasceu uma nova povoação: Caldas da Rainha, por iniciativa da Rainha D. Leonor, esposa d´El-rei D. João II, a qual desempenhou um papel fulcral na assistência em Portugal. Esta matriz histórica não só dinamizou o povoamento, desta nova centralidade, mas criou tradições, para sempre, na área da Saúde, na região e no país, através daquele que é considerado, pela maioria dos autores, o Hospital Termal mais antigo do mundo, e que chegou a ser o mais proeminente centro termal nacional, graças às águas sulfúreas de características terapeuticas únicas, constituindo um bem patrimonial de valor inestimável e universal. O Compromisso da Rainha, de 1512, na verdade o mais antigo regulamento hospitalar do país, consagra um príncipio escrupulosamente mantido ao longo de cerca de 5 séculos - pelos sucessivos responsáveis pelo Hospital Termal e pleno de actualidade perante a crise económica que se vive. O da obrigatoriedade de ajudar os mais desfavorecidos, economicamente, a terem acesso fácil aos tratamentos termais. A partir de 1747, o edifício do Hospital Termal e seus anexos foram alvo de intervenções com obras vultuosas apenas por três vezes: 1747; 1894-97; 1927-37. Para a execução destas obras foram sempre disponibilizadas verbas vultuosas, por autorização do Governo. Desde o final do século XIX foram elaborados quatro Planos de Reforma, como tentativas de impor nova estratégia de revitalização termal, três deles com expressão legislativa própria para o Hospital Termal, datando o último de 1917, sem sucesso assinalável. Desde meados do Sec. XIX, foi defendida por cinco vezes (1860, 1893, 1967, 1999, 2008) a separação física entre estância termal e hospital de “doenças gerais” e, por cinco vezes surgiram propostas de arrendamento, concessão ou privatização da estância balnear e ou de seus anexos (1899, 1904, 1917, 1996, 2005), que nunca viriam a ser contempladas. Como nos podemos aperceber trata-se de um "case study" - em que há mais de um século se tenta sem sucesso relançar o termalismo caldense. É um "dossier" com multiplas variáveis (sendo as últimas a surgir: a constituição do Centro Hospitalar do Oeste Norte e a actual crise económica), com grande complexidade e com uma forte componente histórica e patrimonial. Não podemos esquecer que o Património Termal Caldense, em todas as suas vertentes (hidrológica, arquitectónica, histórica e cultural), poderá desempenhar um papel importante no campo do Termalismo e do Turismo, contribuindo para o desenvolvimento económico local e regional (aumentando o investimento e o emprego), desde que se consiga colocar o Hospital Termal, com todas as suas potencialidades aproveitadas, a concorrer numa escala global. O desenvolvimento económico, social e cultural da região das Caldas da Rainha, depende de se conseguir, de um modo criativo, oferecer a diferença que representa a existência do Hospital Termal mais antigo do mundo, e de uma Água Mineral Natural com características singulares e valiosas. É, pois, natural que aguardemos com interesse a entrega do Estudo com proposta do ISCTE - sobre o Relançamento do Termalismo Caldense - ao Ministério da Saúde, anunciada para Janeiro de 2011. Não foi por acaso, pois, que escolhemos este "post" para o último dia de 2010. Durante o próximo ano, provavelmente, iremos publicar muitos "posts" historiando, analisando e revelando com mais detalhe este assunto que envolve a única Estância Termal do país que pertence ao Estado - através do Ministério da Saúde.
5 comentários:
"O desenvolvimento económico, social e cultural da região das Caldas da Rainha, depende de se conseguir, de um modo criativo, oferecer a diferença que representa a existência do Hospital Termal mais antigo do mundo, e de uma Água Mineral Natural com características singulares e valiosas."
Está escrito no Post e não conseguiria encontrar um melhor comentário. Esperemos que seja possível revitalizar o Termalismo caldense.
Bom Ano, Vasco !
Abraço
JJ
Muito interessante este artigo sobre o Hospital Termal Rainha D. Leonor, um conjunto arquitectónico que fascina todos quantos passam por Caldas da Rainha. Tive o privilégio de visitar as instalações nas últimas férias e fiquei fascinada com o mistério de cada recanto.
Fico feliz por saber que vai ser entregue um Estudo sobre o Relançamento do Termalismo Caldense, desejando que após a sua entrega se invista efectiva e rapidamente na sua implementação.
Não poderia haver palavras mais adequadas para definir a sua importância: "Não podemos esquecer que o Património Termal Caldense, em todas as suas vertentes (hidrológica, arquitectónica, histórica e cultural), poderá desempenhar um papel importante no campo do Termalismo e do Turismo, contribuindo para o desenvolvimento económico local e regional (aumentando o investimento e o emprego), desde que se consiga colocar o Hospital Termal, com todas as suas potencialidades aproveitadas, a concorrer numa escala global."
A procura dos tratamentos termais é um facto, o que constitui uma base sólida para se avançar com a revitalização do complexo. Que a crise não arraste mais esse século por que o termalismo caldense já esperou!
Um excelente artigo para meditação, Vasco!
....Não está em causa e penso que nunca esteve, a qualidade e caracteristicas unicas destas aguas, com finalidades terapeuticas, do Hospital Termal das Caldas da Rainha,..., o que poderá estar em causa será a falta de sensibilidade e empreendedorismo que dinamize forças e vontades em minoria,...., enquanto os responsaveis pelo poder local não perceberem que o Turismo ( de qualidade ), nas varias vertentes, é o caminho a seguir e investir, tudo irá continuar assim, lamentavelmente a "perder-se". Urge mudar mentalidades/actitudes, face ao que existe de Bom, urge um sentido practico do aproveitamento e rentabilização das realidades e oportunidades,......, em vários areas....., por esse País fora...
Enquanto continuarmos com museus e bibliotecas de portas fechadas, nos horarios de maior disponibilidade ao publico em geral, o cultivo da cultura e da mudança de atitudes e comportamentos, de uma maneira geral, dificilmente irá acontecer......
..., se calhar e á semelhança do que aconteceu com as Termas de Monção, as parcerias deverão ser implementadas e o poder politico local deverá ser o que mais deverá investir nesta "revitalização", tendo como politica de base a promoção e desenvolvimento local, em conjunto com Ministério da Saude, da Cultura e Educação.........., possibilitando as pessoas outras alternativas aos C. Comerciais........etc.
Sendo o Hospital Termal mais antigo do Mundo, deverá ser olhado com respeito e dignificados os valores que o criaram, abrindo estas janelas ao exterior proximo e ao mundo, permitindo deles usufruir ( lamentavelmente fiz 2 tentativas - falhadas, para o conhecer, assim como á Igreja a que está ligado ).
Num grande esforço, apenas consigo sentir laivos de agonia, destas 2,janelas em posição de auto-entrevista, ouvindo-se tão sómente pedido de auxilio/( socorro!!! )..., é Hora de agir.
Aguardo espectante o desenrolar de "cenas" dos proximos capitulos. Parabens Heavenly pela intervenção, cuidada!!!
Abraço
AC
Obrigado JJ pelo apoio que aqui tens trazido com os teus comentários e um Bom ano também para ti.
Obrigado Tina pelo teu comentário. Note-se que o estudo que vai ser entregue é apenas uma proposta à consideração do Min. Saúde. Como já antes foram entregues n propostas e nenhuma teve consequência, porque mudavam as equipas ministeriais, temo que volte a acontecer. Por outro lado é preciso conhecer 1º a proposta. E só então podemos - ou não - concordar.
Obrigado AC. De facto temos q aguardar quais vão ser as cenas dos próximos capítulos para reagir. De notar que é o Ministério da Saúde (a quem está atribuída a Estância Termal) que não tem decidido (equipa atrás de equipa) qual o figurino jurídico para as termas (e não têm faltado propostas por parte do Hospital). O Poder Local terá obviamente que não só cuidar de um urbanismo mais adequado em redor da Estância mas também ser um futuro parceiro na solução a encontrar (?).
Bem hajam
VT
Durante os 11 anos que levei a entrevistar responsáveis de planos de desenvolvimento regional, planos directores ou outros, quer fossem engenheiros, arquitectos, economistas ou com outra formação, o que aprendi foi que a mudança da cor política do governo, que implica invariavelmente a troca de cadeiras entre esses responsáveis, é a principal causa do arrastamento no tempo da implementação desses planos... quando não do seu falhanço total!
Obrigada pelo esclarecimento sobre os N estudos que têm sido entregues sobre o termalismo nas Caldas. Não quis fazer a propósito um comentário de conteúdo negativo logo no início do ano, mas sei o que se passa no país. Nem fazem, nem deixam fazer os que realmente se interessam pelo desenvolvimento sustentado das regiões.
Contudo, a esperança é a última que morre... Ou não continuarias empenhado na luta pela revitalização do termalismo caldense!
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