terça-feira, 17 de novembro de 2009

Blue in Green

"Blue in Green" é uma balada do Album “Kind of Blue” (gravado em Março e Abril de 1959) de Miles Davis, cujas sessões de registo contaram (além de Miles) com um elenco de “luxo”: Bill Evans e Wynton Kelly (ambos no piano), Jimmy Cobb (bateria), Paul Chambers (baixo) e os saxofonistas John Coltrane e Cannonbal Adderley. “Kind of Blue” tem vindo a ser citado, desde então, como o disco de Jazz mais vendido de sempre e, em Outubro de 2008, recebeu a “quádrupla platina” em vendas – atribuída pela Record Industry Association. Tem sido classificado por inúmeros críticos e especialistas como o melhor álbum da história do Jazz e a grande obra-prima de Miles, e a revista “Rolling Stone” classifica-o (em 2003) como 12º entre os 500 melhores discos de sempre, influenciando inúmeros músicos não só de Jazz mas também de Rock e de Música clássica. “Blue in Green” é uma pérola luminosa no meio deste disco sensacional e uma das 10 músicas que muita gente escolheria para levar para uma ilha deserta. Tem sido especulado ao longo do tempo se a autoria de “Blue in Green” era de Miles ou antes de Bill Evans – outro “gigante” do Jazz que participara no disco. Depois de vários livros atribuírem a autoria a Miles, ou a Miles e Evans, ficou esclarecido numa entrevista (1978) que foi de facto o génio de Bill Evans a compor o tema para aquele que viria a ser um dos mais fantásticos improvisos de Miles e da história do Jazz. Mais espantoso é o facto de que o disco foi gravado sem antes ter existido qualquer ensaio. A espontaneidade no seu estado mais puro. Uma enorme profundidade. Como o oceano. Também ele “Blue in Green”.
Blue in Green – Miles Davis

14 comentários:

Eva Gonçalves disse...

:)))) I'd take it to a desert island.... A foto até faz lembrar esse cenário possível... Don't rescue me just yet!!

ana p disse...

Adorei......

Sandra Rocha disse...

Trabalho maravilhoso.
Beijinhos.

Alma ser disse...

navegando navegando he hecho anclas en tu blog...me ha gustado:saludos

croqui disse...

grande, grande música! ENORME!

nice blog! voltarei com mais tempo!
;-)

Charlotte disse...

Não conhecia...obrigada pela partilha! É muito bonita!

J J disse...

O génio de Miles evocado a propósito de uma excelente fotografia.
Kind Of Blue merece todas as chamadas de atenção e foi recentemente alvo de duas excelentes reedições, uma em vinil azul e outra em triplo CD com outakes não incluídos no álbum original e um DVD ao vivo (mas sem Bill Evans).

Anónimo disse...

M A R

“Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.”

Sophia de Melo Breyner

Excelente foto! Ficamos com a sensação que o Mar nos convida a ascender pelas ondas, em efeito de degraus…Bonita composição em tons de azul e verde e igualmente bonita, a melodia que a acompanha.

FC

A OUTRA disse...

Obrigada pela sua vinda ao meu Blog e me trazer a beleza da sua fotografia como música.
Blue in Green, uma fotografia maravilhosa dum mar que me acalma quando a vida é díficil, Blue un Green musica bem escolhida, que só a sensibilidade de Miles Davis nos podia deixar.
Lindo o seu Blogue, amúsica e as sua fotografias... uma beleza beleza perfeita.
Obrigada
Maria

Anónimo disse...

O MAR oferece sempre excelentes quadros de cores,movimentos, andamentos...
Fixei-me nas ondas,calmas,lindíssimas,especialmente na que se "abriu",a meio,do blue nasceu o green,ou o contrário...
“Blue in Green”,uma pérola (saída de uma ostra),só pode sugerir a genialidade do que é o acto da criação que tal como o MAR,não carece de "ensaios".
Felicito-o por este post,singularmente tão genuíno!
MV

Anónimo disse...

A perfeição de "Blue in Green" toca a visão e a audição de um modo magistral.
Na"tela"azul,o efeito comporta que deixa jorrar toda aquela água de espuma branca,ora espraiando-se em forma triangular,ora contribuindo para uma alteração da cor dominante e apresentando um tom esverdeado,deixa a sensação de êxtase.
RP

VT disse...

Boas vindas calorosas a Sandra Rocha, Toni Bra, Croqui, Charlotte e Maria Simplesmente. Novas companhias estimáveis no Heavenly - eles(as) próprios(as)com blogues a merecerem visita e atenção.
Um grande obrigado pelos dinâmicos comentários da Eva (espero que já tenha regressado da ilha) da Magnólia (misteriosa e poética no seu próprio blogue), pela sapiência musical do Submarino que acrescenta sempre algo aos nossos posts, e a FC, MV e RP pelo apoio constante (amigo, poético, sensível e com grande capacidade de análise).
Bem hajam
VT

Rui Correia disse...

Tocar o blue'n'green na guitarra é uma aventura interminável. Há sempre qualquer coisa que apetece acrescentar. A estrutura da música é pensada nesse sentido com uma progressão harmónica que se pretende infinita. Choque mesmo foi quando se soube que, depois de muitas masterizações, a reprodução de uma das faces do vinil original estava com uma rotação acima do real?... Só em 1992 o pitch foi corrigido.
Obrigado, Vasco

VT disse...

Obrigado Rui. É sempre com enorme gosto que te vejo por aqui a deixar os teus excelentes comentários que acrescentam necessariamente qualidade a este blogue.
Bem hajas.
VT